Nos últimos anos, a preocupação com o bem-estar animal tem ganhado cada vez mais destaque na sociedade e atender a demanda de um mercado consumidor cada vez mais exigente e atento aos meios de produção, representa um desafio para a avicultura mundial.
Uma das questões mais debatidas é o tratamento dado às galinhas poedeiras, que muitas vezes são mantidas em condições precárias em gaiolas industriais.
O banimento das gaiolas para essas galinhas é uma medida que reflete a crescente conscientização sobre o sofrimento animal e a necessidade de práticas mais éticas na produção de alimentos.
A União Europeia, em Junho de 2021, se comprometeu a eliminar progressivamente até 2027 a criação de animais em gaiolas.
Já a Austrália firmou o compromisso em 2022 de abolir o uso de gaiolas na criação até 2036, enquanto que nos Estados Unidos 35% da produção de ovos já conta com o sistema de galinhas criadas livres.
Movimento Free Cage
Em Abril deste ano a associação de produtores Cage Free da Indonésia (ICFA) lançou a iniciativa de promover práticas sustentáveis na indústria avícola no país. No Brasil estima-se que 95% da produção de ovos ainda venha de galinhas criadas em gaiolas.
Porém, diante da crescente demanda pela modernização da criação pensada no bem estar animal, e no compromisso firmado por grandes grupos alimentícios de ter em sua gama de fornecedores produtores alinhados com a ideia de uma cadeia produtiva sustentável (como podemos conferir aqui) grandes redes de supermercados e gigantes varejistas como Carrefour, Grupo Big e Grupo Pão de açúcar também firmaram o mesmo compromisso: ter em suas gôndolas apenas ovos de galinhas criadas livres.
Dessa necessidade surgem iniciativas como o Mira Poedeiras que vem mapeando produtores em todo o território nacional incentivando a adoção desse método de criação de galinhas poedeiras livres, proporcionando um ambiente mais natural para as aves e resultando em ovos de melhor qualidade.
Líder no segmento da avicultura em inovação e tecnologia na América Latina , com produção total de 2,3 bilhões de ovos por ano, o Grupo Mantiqueira anunciou em 2020 que não construirá novas granjas no sistema convencional de produção e chegará a marca de 2,5 milhões de galinhas livres de gaiolas ate o final de 2025.
A iniciativa conta com o apoio das principais ONG´s de proteção animal do Brasil e do mundo como a Mercy For Animals, que integra a OWA (Open Wing Alliance), uma coalizão global que luta para banir a pratica de confinamento de galinhas em gaiolas na indústria de ovos e todo.
Allém disso, pensar nesse assunto e buscar meios de implementa-lo é um importante marco na evolução da indústria avícola rumo a práticas mais éticas e sustentáveis.
Estas medidas de produção sustentáveis não apenas melhoram o bem-estar animal, mas também promovem uma produção de alimentos mais saudável e ambientalmente consciente.
Benefícios para o consumidor e para o bem estar animal
O fim das gaiolas para galinhas poedeiras é uma vitória significativa para o bem-estar animal. As aves terão mais espaço para se mover, esticar as asas e realizar comportamentos naturais, como ciscar e empoleirar.
Além disso, condições de vida mais saudáveis podem reduzir o estresse e as doenças minimizando a necessidade do uso de antibióticos e melhorando a qualidade de vida das galinhas.
Além dos benefícios para o bem-estar animal, o banimento das gaiolas também pode ter um impacto positivo no meio ambiente. Sistemas de criação mais sustentáveis podem reduzir o consumo de recursos naturais, minimizar a poluição e contribuir para uma produção de alimentos mais ecologicamente responsável.
Ao priorizar o respeito pelos animais, estamos construindo um futuro mais humano e compassivo para todos os seres vivos. Embora seja um desafio para indústria, também é uma grande oportunidade que já vem sendo aproveitada por granjas que estão atentas aos rumos da produção e o consumo mundial.