A utilização de herbicidas hormonais tem gerado preocupações significativas entre os viticultores do Rio Grande do Sul. E pode colocar em risco a produção de uvas no estado. Esses produtos químicos, que atuam como reguladores de crescimento, podem causar danos irreversíveis às vinhas, afetando a qualidade e a quantidade da colheita.
As derivas de herbicidas hormonais têm causado prejuízos significativos à produção agrícola no Rio Grande do Sul, afetando especialmente culturas sensíveis como viticultura e fruticultura. Para abordar esses impactos e buscar soluções, o Instituto de Gestão, Planejamento e Desenvolvimento da Vitivinicultura do Estado do Rio Grande do Sul (Consevitis-RS) promoveu a reunião de trabalho “Herbicidas Hormonais: Impactos das Derivas na Produção Agrícola”, realizada no Salão do Clube Internacional da Comunidade do Chapadão, em Jaguari (RS).
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O evento reuniu representantes de entidades setoriais, pesquisadores, produtores e autoridades públicas. E com objetivo de discutir estratégias para mitigar os problemas causados pela deriva de herbicidas hormonais. Fortalecendo, desta forma, a defesa das culturas agrícolas e fomentar práticas sustentáveis. A programação incluiu palestras, painéis e grupos de trabalho que resultaram na elaboração da “Carta de Jaguari”, documento que propõe ações concretas para minimizar os prejuízos e promover a sustentabilidade na agricultura gaúcha.
O que é a deriva?
A deriva é o deslocamento involuntário de produtos agroquímicos, como herbicidas, para áreas fora do alvo original, devido a fatores como vento, evaporação ou formação de gotas muito finas durante a aplicação. Esse fenômeno pode prejudicar plantações sensíveis próximas, afetar o meio ambiente e gerar prejuízos econômicos. Condições climáticas inadequadas e técnicas de pulverização mal executadas são as principais causas do problema.
De acordo com Hélio Marchioro, secretário executivo da Federação das Cooperativas Vinícolas do Rio Grande do Sul (Fecovinho) e conselheiro do Consevitis-RS, o evento buscou definir ações concretas para conter os prejuízos causados pelas derivas de herbicidas hormonais, que têm levado produtores a desistirem de suas atividades. Ele cita culturas como uva, maçã, melancia, citrus, erva-mate e azeitonas entre as mais afetadas pela deriva de herbicidas hormonais. Que está comprometendo tanto a produtividade quanto o desenvolvimento econômico em regiões anteriormente promissoras.
Marchioro destaca também a necessidade de um debate ampliado com governos e entidades setoriais, reforçando a relevância de ações integradas entre agricultores, governo estadual e federal, além de frentes parlamentares. “Estamos fazendo este evento para rememorar tudo que já foi feito e propor alternativas definitivas. Também é importante lembrar que o problema da deriva dos herbicidas hormonais não é exclusivo do Rio Grande do Sul. Em São Paulo e no Uruguai, produtores enfrentam desafios semelhantes, o que será tema das discussões com representantes desses locais durante a reunião.”
Busca por soluções
A reunião de trabalho em Jaguari representa um passo importante na busca por soluções para os impactos das derivas de herbicidas hormonais na produção agrícola do Rio Grande do Sul. E promover o diálogo entre diversos setores e a elaboração de estratégias para a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico das regiões afetadas.
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A situação exige atenção imediata das autoridades agrícolas e dos produtores para garantir a sustentabilidade da viticultura no Rio Grande do Sul. Com o aumento da demanda por vinhos de qualidade, é crucial que os viticultores adotem práticas que preservem a integridade das suas culturas. E assegurem um futuro promissor para a produção de uvas no estado.