O Programa Soja Baixo Carbono (PSBC) busca valorizar a soja produzida com práticas sustentáveis que reduzem emissões de gases de efeito estufa (GEEs). Em geral, a iniciativa pretende certificar sistemas de produção que comprovadamente combatem o aquecimento global, garantindo maior valor ao grão brasileiro.
Metodologia baseada em ciência
Coordenado pela Embrapa Soja, o PSBC envolve especialistas de diversas unidades da Embrapa e representantes do setor produtivo. A metodologia inclui a mensuração de benefícios ambientais e a certificação de práticas com baixa emissão de carbono. Sete empresas apoiam o projeto: Bayer, Bunge, Cargill, Coamo, Cocamar, GDM e UPL.
O PSBC validará o protocolo em 25 lavouras-piloto localizadas em cinco macrorregiões sojícolas do Brasil. As validações ocorrerão entre as safras 2023/24 e 2024/25, assegurando a credibilidade das práticas adotadas.
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Objetivo e funcionamento do selo SBC
O selo Soja Baixo Carbono (SBC) distinguirá produtores que adotam tecnologias e manejos capazes de reduzir emissões de GEEs. O protocolo segue o modelo MRV (mensurável, reportável e verificável), garantindo aceitação internacional e credibilidade científica.
Além disso, para conquistar o selo SBC, as áreas precisam superar os estoques de carbono do sistema de produção modal de cada região. Ao mesmo tempo, o uso de insumos sustentáveis e boas práticas, como o sistema plantio direto e manejo integrado de pragas, também será avaliado.
Benefícios para produtores e mercado
Produtores que aderirem ao selo SBC poderão acessar financiamentos com juros mais baixos, mercados mais exigentes e pagamentos por serviços ambientais. A adesão é voluntária, mas exige conformidade com legislação ambiental e trabalhista.
Conexão com o Plano ABC+
O PSBC está alinhado ao Plano ABC+ (2020-2030), que promove tecnologias sustentáveis na agropecuária. Ou seja, estratégias como bioinsumos, plantio direto e integração lavoura-pecuária-floresta ajudam a reduzir a intensidade de emissão de carbono no setor.
Próximos passos do PSBC
A validação do protocolo será concluída até 2026, quando o selo SBC entrará em operação no mercado. Em resumo, a iniciativa reafirma o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e fortalece a posição da soja brasileira no mercado global.