A Suzano, uma das maiores fabricantes de celulose do mundo, anunciou um lucro de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Revertendo um prejuízo de R$ 3,7 bilhões registrado no trimestre anterior e de R$ 729 milhões no mesmo período de 2023. O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (24) e revelou que o resultado positivo foi influenciado pela valorização cambial, que impactou a dívida da companhia e as operações com derivativos, além de uma elevação na receita líquida.
A receita líquida da Suzano no trimestre alcançou R$ 12,7 bilhões, representando um aumento de 7% em relação ao segundo trimestre de 2024. Desse total, 79% foram gerados no mercado externo. O crescimento foi impulsionado principalmente pela valorização média do dólar em relação ao real (6%) e pelo aumento no volume vendido (4%). Contudo, o preço médio líquido da celulose em dólar apresentou uma leve queda de 4%.
As vendas de celulose totalizaram 2,6 milhões de toneladas, um crescimento de 6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas de papel avançaram 9%, alcançando 360 mil toneladas.
Ebitda apresenta crescimento em comparação com o ano anterior
O Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 4,3 bilhões no trimestre, o que corresponde a um aumento de 77% em relação ao terceiro trimestre de 2023.
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Esse crescimento foi impulsionado por um maior preço médio líquido da celulose (23%), valorização do dólar (14%) e um aumento no volume de vendas (6%). Apesar disso, a margem Ebitda apresentou uma leve queda, passando de 55% no segundo trimestre para 53% no terceiro.
Situação da dívida e despesas financeiras
No fim de setembro, a dívida bruta da Suzano totalizava R$ 87,8 bilhões, sendo 91% com vencimento no longo prazo e 9% no curto prazo. A dívida em moeda estrangeira representava 80% do total, percentual que sobe para 89% após considerar o hedge. Em comparação ao segundo trimestre, a dívida bruta registrou uma leve redução de 1%, influenciada pela amortização de principal e juros, além de uma variação cambial positiva de R$ 1,37 bilhão.
As despesas financeiras da companhia aumentaram 36% em relação ao segundo trimestre, devido à redução de juros capitalizados após o início do Projeto Cerrado, que começou suas operações em julho. Em relação ao mesmo período do ano anterior, as despesas financeiras cresceram 33%. Refletindo a queda dos juros capitalizados e o aumento dos juros em moeda estrangeira, impactados pela valorização do dólar.
Com a estabilização da produção e a valorização do dólar, a Suzano projeta um cenário positivo para os próximos períodos, mantendo seu foco em otimizar operações e capturar oportunidades no mercado global de celulose e papel.