Em um momento em que o agronegócio exige cada vez mais tecnologia e qualificação, a Case IH aposta em inovação e capacitação para enfrentar os desafios do setor. Em entrevista ao Agro em Campo, o diretor comercial Denny Perez destacou os investimentos da marca em treinamentos técnicos, parcerias com instituições como Senai e Senar, e os principais lançamentos apresentados na Agrishow 2025 — incluindo a maior colheitadeira de grãos do mundo e máquinas movidas a etanol.
Qual a principal deficiência do setor agro atualmente?
Sem dúvida, é a mão de obra. Estamos com déficit em todos os segmentos do agro, tanto no campo quanto em oficinas especializadas e serviços técnicos. A Case tem trabalhado para mudar isso.
Como a Case IH tem enfrentado esse desafio?
Fazemos parcerias que incentivam a permanência das pessoas no campo. Queremos que os profissionais se sintam preparados e valorizados para seguir atuando onde estão.

Foto: Divulgação Case IH
Esse perfil de trabalhador mudou nos últimos anos?
Muito. Antigamente, pensava-se no mecânico como “o cara da graxa”. Hoje, esse profissional precisa ter conhecimento técnico, sobretudo em tecnologia. Os equipamentos estão cada vez mais sofisticados e demandam operadores bem preparados.
Como vocês têm investido em capacitação?
Firmamos parcerias com instituições como o Senai e o Senar. Recentemente, fechamos um acordo com o Senai de Ribeirão Preto. Também investimos mais de R$ 30 milhões nos últimos dois ou três anos em equipamentos para treinamento técnico e conjuntos didáticos para desmontagem e montagem de peças.
Agrishow marca maior número de lançamentos da Case IH
E na Agrishow 2025, o que a Case está apresentando?
Estamos com 16 lançamentos este ano — é o maior número que já tivemos em uma única edição da feira. Trouxemos tratores, pulverizadores renovados, um drone agrícola e a maior colheitadeira de grãos com rotor do mundo, a F10, com plataforma de 61 pés.

Foto: Pedro H. Lopes/ Agro em Campo
Há destaque para tecnologias sustentáveis?
Sim. Estamos testando uma colhedora de cana movida a etanol. É um avanço significativo rumo a práticas mais sustentáveis, sem abrir mão da produtividade.
E como a tecnologia influencia a operação das máquinas?
A F10, por exemplo, realiza até 90% das operações sozinha. Ela faz o retorno de cabeceira sozinha e encontra o melhor ponto para reiniciar o trabalho. É uma máquina de alta performance, mas que ainda exige um operador qualificado.
Capacitação técnica chega até o produtor rural
Como a Case IH atua junto aos produtores na área técnica?
Temos uma rede nacional de concessionárias que recebe treinamentos constantes. Além disso, capacitamos também os clientes. Nossos control rooms monitoram os equipamentos em campo e acionam os técnicos em caso de falha.
Há alguma facilidade no acesso a peças ou suporte?
Sim. O produtor pode tirar uma foto da peça que precisa e comprá-la pelo nosso e-commerce. É um processo simples e eficiente.
Como funcionam os treinamentos regionais com Senai e Senar?
Eles têm caminhões-escola que vão até cidades menores com nossos equipamentos. Os treinamentos são voltados a diferentes tipos de máquinas, como colheitadeiras de grãos ou de cana. Também oferecemos simuladores completos para treinar operadores em todas as linhas.

Foto: Pedro H. Lopes/ Agro em Campo
A Case IH tem promovido ações educativas nas feiras?
Sim. Levamos uma van especializada com minicursos de 15 minutos. Neles, ensinamos desde como regular um piloto automático até como operar corretamente um pulverizador. A pessoa participa, aprende e ainda sai com um certificado.
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