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Artigo: a longa estrada entre o campo e o supermercado

Desafios logísticos, custos de frete e transformação no consumo moldam a relação entre o agronegócio e o varejo no Brasil
Pedro Della'NoraPor Pedro Della'Nora10/04/2025
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Foto: divulgação
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A conexão entre o agronegócio e o varejo brasileiro é mais do que estratégica — é vital para o funcionamento do mercado de alimentos no país. Essa relação, construída ao longo do tempo, é baseada em uma interdependência sólida: o agronegócio precisa do varejo para chegar ao consumidor final, enquanto o varejo depende da produção agrícola para manter suas gôndolas abastecidas com produtos frescos e de qualidade. Ainda que esse elo esteja cada vez mais fortalecido, ele enfrenta uma série de desafios estruturais, logísticos e culturais que impactam diretamente o dia a dia tanto de produtores quanto de supermercadistas.

Entre os principais pontos positivos dessa relação, destaca-se o estreitamento de parcerias, sobretudo com pequenos produtores. Mercados menores, como redes regionais, muitas vezes encontram nesses fornecedores locais uma forma de garantir produtos mais frescos, preços mais competitivos e até mais agilidade no abastecimento. O contato direto elimina intermediários, o que pode beneficiar tanto o produtor — que recebe melhor remuneração — quanto o varejista, que reduz custos e fortalece a economia local. Isso é particularmente importante em estados como o Paraná, onde a força do agronegócio regional contribui significativamente para a cadeia de abastecimento dos supermercados. Uma relação de confiança e proximidade é essencial para garantir não só o fluxo contínuo de mercadorias, mas também a manutenção de padrões de qualidade. No entanto, o caminho entre o campo e a gôndola está longe de ser simples.

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Logística

A logística ainda representa um gargalo significativo. Embora algumas regiões do Brasil contem com infraestrutura de transporte mais adequada, o cenário nacional é desigual. Em muitas áreas do país, a precariedade das estradas, a distância entre centros produtores e consumidores e a falta de alternativas modais encarecem o frete e comprometem o abastecimento.

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Empresário Pedro Della’Nora

 

Dados da CNT (Confederação Nacional do Transporte) apontam que cerca de 65% das cargas no Brasil ainda são transportadas por rodovias, sendo que muitas delas estão em estado crítico de conservação. Isso faz com que o frete pese no bolso do consumidor e limite a competitividade do pequeno varejista.

Armazenagem

A situação se agrava com a falta de capacidade de armazenagem. Segundo levantamento da FAO(Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), o Brasil só tem capacidade para armazenar cerca de 65% da sua produção agrícola, quando o ideal seria 120%. Isso obriga os produtores a escoarem sua produção imediatamente após a colheita. Pressionando ainda mais a logística e gerando perdas de qualidade e aumento de custos. Em produtos perecíveis, como frutas, legumes e verduras, isso pode ser fatal para o varejo, que depende da entrega diária e da qualidade visual dos alimentos para conquistar o consumidor.

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Nesse sentido, a proximidade entre lavoura e ponto de venda torna-se um fator estratégico. Quanto mais local for o produtor, menores os custos com transporte, menores os riscos de perda e maior o frescor dos produtos. Essa lógica tem impulsionado redes regionais a investirem em relações mais próximas com produtores locais, muitas vezes de pequeno porte, capazes de abastecer com regularidade e flexibilidade. Para garantir que os alimentos cheguem em boas condições, também é necessário o uso de caminhões climatizados e investimentos em logística de refrigeração — outro desafio especialmente para redes menores ou mais afastadas dos grandes centros.

Além dos obstáculos operacionais, o setor também enfrenta um consumidor em transformação. Nos últimos anos, houve um crescimento evidente da demanda por produtos agroecológicos, sustentáveis e saudáveis. Uma pesquisa da Organis (Associação de Promoção dos Orgânicos) apontou que 36% dos brasileiros já consomem produtos orgânicos. E que o setor movimentou ao menos R$ 7 bilhões em 2024. Esse comportamento reflete uma nova consciência alimentar, ligada à saúde e ao bem-estar, e que exige do varejo — e, por consequência, do agronegócio — mais responsabilidade, rastreabilidade e qualidade.

Desafios

Essa mudança de mentalidade vem acompanhada do desafio de manter o abastecimento em um cenário de alta demanda. Para o varejo, isso significa ter uma oferta constante de alimentos frescos e saudáveis. Para o produtor, principalmente o pequeno, representa a oportunidade de diversificar sua produção e acessar mercados mais exigentes. O problema é que ainda faltam políticas públicas e incentivos que favoreçam essa integração produtiva e comercial. Incentivar o microdesenvolvimento agrícola pode ser uma alternativa para fortalecer a cadeia de abastecimento, promover a inclusão produtiva e combater os efeitos da inflação de alimentos.

É inegável que o Brasil tem potencial para tornar essa relação entre o campo e o varejo ainda mais eficiente e equilibrada. Mas para isso, será preciso investir de forma contínua em infraestrutura, reduzir a burocracia nas relações comerciais, criar políticas de fomento à produção local e apoiar iniciativas de inovação tecnológica tanto no campo quanto nas lojas.

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Em um país de dimensões continentais, onde o agronegócio é um dos principais pilares da economia, garantir o bom funcionamento da ponte entre o campo e o varejo é, antes de tudo, uma questão de soberania alimentar. O que está em jogo não é apenas a logística ou o custo do frete. Mas a forma como o alimento chega à mesa do brasileiro.

*Pedro Della’Nora é empresário do setor supermercadista, fundador do Ideal Supermercado, que conta com duas lojas no estado do Paraná.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente a opinião do Agro em Campo e de seus editores.

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