O diretor geral do Cecafé, Marcos Matos, fez um balanço positivo do 10º Coffee Dinner & Summit, que reuniu 83 painelistas de diversos países entre os dias 2 e 4 de julho, em Campinas (SP). Em entrevista ao Portal Agro em Campo, ele destacou o esforço coletivo para consolidar o evento como o maior da cafeicultura mundial.
“O sentimento é de gratidão e felicidade pelos resultados alcançados. Nós trabalhamos com afinco durante um ano e meio”, afirmou Matos, que também ressaltou a liderança do presidente do Cecafé, Márcio Cândido Ferreira, além do comitê executivo e organizador e toda a equipe da entidade. “Tivemos um trabalho muito grande e cuidadoso para escolher os painelistas, palestras técnicas, reservadas… muitas reuniões de negócio institucionais também aconteceram”, detalhou.
Marcos Matos acredita que o Brasil, enquanto maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor mundial da bebida, precisa protagonizar o debate global sobre o setor. “O Brasil merece ter o maior evento da cafeicultura. E nós estamos nesse caminho”
Entre os destaques do evento, ele mencionou a abordagem de pautas estratégicas, como as tarifas dos Estados Unidos, debatidas com grandes negociadores, e os desafios trazidos por novas regulações e mudanças climáticas.
E em meio aos desafios que envolvem a produção, diante de mudanças climáticas, e o consumo, com questões geopolíticas mundiais, o diretor geral do Cecafé enfatizou a importância da união da cadeia produtiva. “Quando vem novas regras e desafios climáticos, isso pega todos da mesma forma. Unidos, nós trabalhamos de uma forma muito mais inteligente”
“Colapsar é um caminho próximo”, diz sobre o sistema portuário
O diretor do Cecafé também chamou atenção para os desafios logísticos, considerados alarmantes. “O painel de logística trouxe muitos elementos. Foi alarmante no sentido de mostrar a realidade que nós temos. Quando falamos de logística, a gente não pode pensar em café, exclusivamente. Temos que pensar em agronegócio. São vários produtos que usam containers e o Brasil precisa continuar a crescer”.
Segundo ele, o sistema portuário do país está no limite da capacidade. “Colapsar é um caminho que nós estamos vendo muito próximo. Esse é um dever de casa nosso. Não depende de mercados, política tarifária dos Estados Unidos ou regulamentações da União Europeia. É uma questão nossa, um dever de casa, que temos que assumir”.
Para debater a logística nacional, a presença do Ministério de Portos e Aeroportos no 10º Coffee Dinner & Summit foi significativa. No entanto, Marcos Matos também destaca a participação de outras lideranças, que estiveram no painel sobre política. Por exemplo, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o secretário de Agricultura do Espírito Santo, Enio Bergoli.
“Infraestrutura tem que estar no orçamento público, por uma questão de segurança nacional. É o futuro do crescimento econômico do Brasil. Esse é o novo desafio: trazer o parlamento, governo com seus ministérios e a cadeia produtiva como um todo. Estamos unidos em prol de melhorias”, finalizou.