O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, celebrou os números expressivos da 10ª edição do Coffee Dinner & Summit, realizada em Campinas (SP). Com mil participantes, 82 painelistas e representantes de 35 países, o evento se consolidou como uma das maiores vitrines globais para a cafeicultura brasileira.
Em entrevista ao Portal Agro em Campo, o diretor-geral do Cecafé celebrou os resultados, mas avaliou um dos principais temas do 10º Coffee Dinner & Summit, inclusive buscados pelos participantes: os desafios e perspectivas das regulamentações internacionais.
“Nós temos a felicidade de ter convidado nossos amigos das organizações internacionais do café, e todos aceitaram. Estamos discutindo o que está acontecendo nesse mundo geopolítico”, afirmou Matos, citando as tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as exigências regulatórias da União Europeia.
Marcos Matos explicou que sente uma rediscussão nas questões regulatórias, uma vez que passam por entraves que envolvem barreiras comerciais, desentendimentos, informações errôneas e outros aspectos. Mas que independente disso, o compromisso deve se manter.
“É uma tendência das empresas e do consumidor estarem comprometidos com os critérios sociais e ambientais. […] Nosso compromisso segue com o consumidor. Agora, as regulações, tendem a sofrer ajustes diante de tudo que a gente está vendo de tensões geopolíticas”.
Acontecimentos pelo mundo
Sobre a tarifa de 10% imposta ao café brasileiro nos Estados Unidos, o diretor afirmou que há um esforço concentrado para retirar o produto da lista. “Existe todo um trabalho sendo feito para que o café saia do escopo das tarifas. Hoje o Brasil está com 10% e outros países até mais que o Brasil.”
No caso da lei antidesmatamento da União Europeia (EUDR), Matos explicou que “a lei não vai ser postergada e nem tão pouco excluída do corpo jurídico, mas a gente entende que a sua implementação vai ser mais branda, mais leve, com requisitos mais corretos, com mais argumentos para se defender a sustentabilidade”.
Caminho da sustentabilidade
Marcos Matos também ressaltou ainda que as regulamentações acontecem com uma via de mão dupla, com um esforço conjunto que envolve todos os elos da cadeia. “O Brasil é o maior produtor, maior exportador e segundo maior consumidor da bebida. A gente gera evidências concretas, verificáveis, validáveis e conclusivas para os nossos importadores”, finalizou.