Pioneira na produção de alimentos orgânicos no Brasil, a Korin marcou presença na 30ª Hortitec, realizada entre os dias 25 e 27 de junho, em Holambra (SP), com um objetivo claro: mostrar que vai muito além do frango que a tornou referência nacional. À frente do grupo, o presidente Edson Matsui concedeu entrevista ao Agro em Campo durante a feira e explicou como os bioinsumos — desenvolvidos há mais de 30 anos com base na filosofia do pensador japonês Mokiti Okada — se tornaram uma solução para uma agricultura regenerativa e conectada aos princípios do ESG muito antes do termo virar tendência global.
Com atuação nacional e mais de 600 clientes no campo, a Korin oferece tecnologias para a agricultura, produção animal, recuperação de ambientes e saúde do solo. Matsui também comentou sobre a entrada da empresa no setor de pescados e contou detalhes sobre a certificação de salmões criados na Patagônia chilena — agora comercializados com a marca da empresa. Veja os principais trechos:
Como a Korin avalia sua presença na Hortitec 2025?
A Hortitec é um momento único para nós. É uma grande oportunidade de mostrar ao público que a Korin vai muito além dos frangos e ovos orgânicos. Estamos aqui para apresentar nosso portfólio completo de bioinsumos, que vêm sendo desenvolvidos e aplicados há mais de três décadas.
O público ainda associa fortemente a Korin aos produtos de origem animal. Isso incomoda?
Não incomoda, mas é importante esclarecer. O frango é, sim, um case de sucesso — foi definido pela direção como nosso carro-chefe —, mas representa apenas parte do que fazemos. Nossos bioinsumos são resultado de uma tecnologia trazida do Japão há 40 anos, através do Centro de Pesquisa Mokiti Okada. E eles são aplicados tanto na agricultura quanto na produção animal.
De que forma esses bioinsumos contribuem para o meio ambiente?
Temos casos concretos. Já atuamos na despoluição de rios e lagoas, como em Maricá, no Rio de Janeiro. Também usamos nossos bioinsumos na criação de peixes — eles são colocados diretamente nos tanques, promovendo um ambiente saudável. Nossa tecnologia se adapta a diferentes sistemas produtivos e tem como base o respeito à vida, humana, animal e vegetal.

E quando a Korin passou a comercializar esses insumos?
Abrimos o mercado de bioinsumos há cerca de sete anos. Antes, era um uso interno, experimental. Hoje temos mais de 600 clientes e alcançamos uma área superior a 400 mil hectares no Brasil, com aplicações em culturas como cereais, frutas e FLV. Em Petrolina, por exemplo, atuamos com produtores de uva de mesa e também vinhos. É um mercado em plena expansão.
Essa filosofia reflete também no conceito ESG?
Costumo dizer que a Korin é ESG desde a década de 30. Isso não é marketing, é DNA. A filosofia Mokiti Okada já previa, lá atrás, o respeito ao meio ambiente, o bem-estar animal e o compromisso social com a saúde humana. É isso que nos move até hoje: uma produção que valoriza o produtor e entrega alimentos verdadeiramente saudáveis.
A Korin foi pioneira em certificações de bem-estar animal. Há novidades nessa frente?
Fomos a primeira empresa do Brasil a obter a certificação de bem-estar animal. Recentemente, inclusive, uma empresa da Patagônia Chilena nos procurou para certificar a produção de salmão deles. Eles criam um salmão específico, em águas extremamente geladas, e não precisam usar carrapaticidas ou antibióticos. Fizemos a certificação e já temos esse peixe com a marca Korin.
Como a Korin enxerga a relação entre alimentação e saúde humana?
É um dos nossos pilares. Acreditamos que muitos problemas de saúde têm origem na má alimentação. Por isso, nosso propósito é produzir alimentos que resgatem a saúde do ser humano. Essa é a verdadeira missão da Korin: promover o bem-estar em todos os níveis da cadeia produtiva — do solo ao prato.