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    Cientista brasileira premiada reforça papel dos biológicos no agro

    Pesquisadora da Embrapa recebeu reconhecimento internacional por décadas dedicadas à fixação biológica do nitrogênio
    Pedro H. LopesPor Pedro H. Lopes24/07/2025Atualizado:24/07/2025
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    Foto: Agro Em Campo/ Pedro H. Lopes
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    Resumo da notícia

    • A pesquisadora Mariangela Hungria recebeu em 2025 o World Food Prize, reconhecendo sua dedicação à fixação biológica do nitrogênio e inovação na agricultura sustentável com bioinsumos na cultura da soja.
    • Hungria destaca a "micro revolução verde", que substitui químicos pesados por micro-organismos, promovendo sustentabilidade; hoje, 85% da soja no Brasil usa inoculantes biológicos.
    • Sua pesquisa na Embrapa resultou em grande autonomia e impacto, economizando cerca de 27 bilhões de dólares em importação de nitrogênio e possibilitando o avanço agrícola em regiões tropicais, inclusive na África Subsaariana.
    • O principal desafio atual é adaptar a tecnologia às altas temperaturas no solo, como no MATOPIBA, e ampliar o acesso a biológicos no Norte e Nordeste, para beneficiar pequenos agricultores por meio de parcerias e distribuição.

    Resumo gerado pela redação.

    A pesquisadora Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, foi laureada em 2025 com o Prêmio Mundial de Alimentação (World Food Prize), conhecido como o “Nobel da Agricultura”, foi idealizado por Norman E. Borlaug. Referência mundial em fixação biológica do nitrogênio.  Após a realização de sua palestra, “Bioinsumos para a promoção de crescimento e nutrição”, no painel sobre  Bioinsumos na cultura da soja, durante o X CBSoja, na tarde de terça-feira, 23, ela concedeu uma entrevista coletiva aos jornalistas presentes no evento. Acompanhe os principais momentos.

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    Como a senhora recebeu o reconhecimento da World Food Prize Foundation?

    Vejo como um prêmio a uma vida dedicada à pesquisa. Fui eleita por um comitê internacional que avalia indicações do mundo todo. Imagino que minha persistência tenha contado: comecei a trabalhar com biológicos quando só se falava em adubação química. Nunca desisti, mesmo quando diziam que era perda de tempo. Hoje, colhemos os frutos.

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    A senhora costuma falar em “micro revolução verde”. O que isso significa?

    É uma contraposição à Revolução Verde tradicional, baseada em químicos pesados. A nossa é com micro-organismos, algo mais sustentável e adaptado ao Brasil tropical. Comecei nos anos 70, com muita resistência. Hoje, 85% da soja usa inoculantes. Isso mostra que valeu a pena acreditar.

    A trajetória na Embrapa foi decisiva?

    Totalmente. Tive grandes mentores e, quando vim para Londrina, pude montar meu laboratório e fazer ciência com liberdade. Isso me deu autonomia para perseguir resultados de alta produtividade. A meta sempre foi pensar grande: se funciona pro grande, vai funcionar pro pequeno também.

    Esse modelo brasileiro pode ser exportado?

    Já é. Trabalhei por dez anos num projeto com a África Subsaariana. A realidade tropical aproxima muito o Brasil e o continente africano. Fizemos testes e os resultados foram semelhantes. Com transferência de tecnologia, podemos acelerar o desenvolvimento agrícola de lá.

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    A pesquisa brasileira em fixação biológica reduziu a dependência externa?

    Com certeza. Só na última safra, economizamos quase 27 bilhões de dólares com nitrogênio que não precisamos importar. Sem nossas bactérias, seria inviável produzir soja nesse nível. E isso vem de 70 anos de pesquisa ininterrupta. Não pode parar.

    Quais os principais desafios atuais?

    Estamos enfrentando temperaturas altíssimas no solo, como em áreas do MATOPIBA. Isso afeta as bactérias. Já estamos estudando novas formulações e protetores. A pesquisa precisa ser contínua, porque os desafios mudam o tempo todo.

    Foto: Agro Em Campo/ Pedro H. Lopes

    O Brasil está preparado para expandir o uso de biológicos?

    O conhecimento está pronto. Mas o acesso ainda é concentrado no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Norte e Nordeste, falta distribuição. Estamos firmando parcerias, como com a Copadap, para garantir que os pequenos agricultores também recebam esses produtos.

    O que impede que tecnologias prontas saiam das gavetas?

    Muitas vezes, a indústria não vê viabilidade econômica. Temos produtos excelentes para culturas como morango, mas que são ignorados. Falta investimento, vontade política e também conhecimento sobre como transformar pesquisa em produto. Precisamos de apoio nessa ponte.

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    Existe preconceito contra os biológicos?

    Sim, especialmente pelo marketing agressivo dos químicos. Tem gente que ainda recomenda 30 kg de nitrogênio para a soja — o que não é necessário. Também precisamos combater o uso indiscriminado de biológicos. Cada solo tem uma necessidade específica. Biológicos não são “tudo junto agora”.

    É seguro produzir o próprio biológico na fazenda?

    Só se houver controle de qualidade. Há casos de contaminação com patógenos humanos. É preciso estrutura, pessoas treinadas e boas práticas. Talvez associações ou cooperativas possam viabilizar isso, mas não é simples. A Embrapa não vende, mas orienta quem quer fazer direito.

    E na próxima safra, os biológicos ganham ainda mais espaço?

    Sim. O uso de inoculantes e tecnologias biológicas tende a crescer fortemente na safra 2025/26. Já vemos um movimento firme nesse sentido, e ele se intensificou com a crise de fertilizantes provocada pela pandemia e pela guerra. Muitos produtores perceberam o valor dos biológicos na prática. Ainda há espaço para ampliação, principalmente no Norte e Nordeste, onde o acesso é mais difícil. Mas, com a estruturação de parcerias e uma distribuição mais democrática, a expectativa é de crescimento sólido. Como dissemos, o conhecimento está pronto — só falta ele chegar a todos os agricultores.

    Conheça a trajetória de Mariangela Hungria

    Mariangela Hungria é engenheira agrônoma formada pela Esalq/USP, com mestrado em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição, doutorado em Ciência do Solo pela UFRRJ e pós-doutorado por três universidades de renome: Cornell University, University of California-Davis e Universidade de Sevilla.

    Pesquisadora da Embrapa desde 1982, iniciou sua carreira na unidade Agrobiologia, em Seropédica (RJ), e desde 1991 atua na Embrapa Soja, em Londrina (PR). Ao longo das décadas, se consolidou como uma das principais referências em microbiologia agrícola, com foco especial em fixação biológica de nitrogênio.

    Foi reconhecida entre os 100 mil cientistas mais influentes do mundo, segundo levantamento da Universidade de Stanford (EUA) em 2020. Em 2022 e 2025, liderou o ranking brasileiro nas áreas de Fitotecnia e Agronomia, segundo o site Research.com, especializado em avaliação de impacto acadêmico.

    Entre os diversos prêmios recebidos, destacam-se homenagens da Frente Parlamentar da Agropecuária, da Fundação Bunge, do Lenovo-Academia Mundial de Ciências e o Prêmio Frederico Menezes. Em 2025, foi agraciada com o Prêmio Mulheres e Ciência, concedido pelo CNPq em parceria com o Ministério das Mulheres, o British Council e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe.

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    Pedro Henrique de Alcântara Lopes Jornalista e repórter fotográfico formado pela PUC-Campinas. Atuou como repórter no setor agro, cobriu cotidiano na Gazeta do Ipiranga e foi editor do canal de notícias Record News. Tem experiência em assessoria de imprensa, com passagem pela Prefeitura de São Paulo. Atualmente, integra a equipe do portal iG, com foco na cobertura jornalística da região de Vinhedo.

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