Resumo da notícia
- O X Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2025 reuniram cerca de 2 mil participantes de Brasil, Argentina, Paraguai e China para celebrar os 100 anos da soja no Brasil e debater o futuro da cultura.
- Foram realizadas 4 conferências e 15 painéis com mais de 50 palestras sobre sustentabilidade, geopolítica, edição gênica e bioinsumos, destacando a soja como importante para o PIB e o emprego no país.
- O workshop internacional “Soybean2035” discutiu biotecnologia para a próxima década, com foco em edição gênica e soja com alto teor de ácido oleico e proteínas, sinalizando avanços em produtividade e valor agregado.
- O evento destacou a importância da agricultura digital e sustentabilidade, apresentando 321 trabalhos técnico-científicos, e consolidou-se como fórum estratégico para inovação, negócios e cooperação internacional no setor.
Com cerca de 2 mil congressistas, o X Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e o Mercosoja 2025 reuniram, entre os dias 21 e 24 de julho, representantes do Brasil, Argentina, Paraguai e delegações da China em Campinas (SP). Promovido pela Embrapa Soja, o evento celebrou os 100 anos da introdução da soja no Brasil, discutindo o cenário atual da cultura e os caminhos para os próximos anos.
A programação técnica incluiu 4 grandes conferências e 15 painéis, com mais de 50 palestras ministradas por especialistas nacionais e internacionais. Temas como sustentabilidade, geopolítica, relações comerciais, edição gênica e bioinsumos dominaram os debates, apontando tendências para a cadeia produtiva da soja, que responde por 6,4% do PIB nacional e gera cerca de 2 milhões de empregos no país.
Biotecnologia, clima e mercado estiveram no centro das discussões
“O retorno do público foi muito positivo sobre a diversidade das temáticas abordadas, que foram desde a fitossanidade até a relação Brasil-China”, avalia o presidente do congresso, Fernando Henning, pesquisador da Embrapa. Já o vice-presidente, Marco Antonio Nogueira, destacou o ambiente propício para interações técnicas e oportunidades de negócios. “Os congressistas encontraram um espaço equilibrado entre ciência, inovação e mercado”.

Um dos pontos altos foi o workshop internacional “Soybean2035”. Que debateu o uso da biotecnologia na próxima década com pesquisadores da China, EUA, Argentina, Canadá e Brasil. Também houve miniworkshops práticos sobre fertilidade do solo, nematoides, plantas daninhas, bioinsumos e barreiras ao desenvolvimento radicular.
Henning reforça que a edição gênica chegou para ficar, com produtos já em fase avançada de lançamento, como a soja com alto teor de ácido oleico e diferenciais de proteína. “Estamos entrando em uma nova era, que alia produtividade e nichos de valor agregado”, afirma.
Pesquisa, inovação e reconhecimento científico
A Sessão Pôster apresentou 321 trabalhos técnico-científicos em três categorias. Os destaques foram:
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Acadêmico: Programa Soja Baixo Carbono, de Emily Matsubara (representada por Samuel Roggia);
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Pós-graduação: Microrganismos promotores de crescimento na soja, de Bruno Emanoel Teixeira;
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Profissional: Soybean seed industrial and nutraceutical quality, de Constanza Soledad Carrera.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, o congresso reforçou a importância de discutir a cultura em ano de COP 30, que ocorrerá no Brasil. “As questões climáticas e a agricultura digital foram amplamente debatidas, mostrando o quanto a sustentabilidade irá pautar o futuro da soja.”
Para Nogueira, o CBSoja e o Mercosoja 2025 consolidaram-se como fórum estratégico, reunindo grandes empresas, pequenos empreendedores, pesquisadores e representantes do setor público. “A Arena de Inovação foi um espaço fundamental para o diálogo entre ciência e mercado, com retorno positivo dos expositores”, afirma.
A próxima edição do Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja está prevista para 2028.
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