Tecnologia agrícola e pesquisa elevam produção nacional e mantêm frutas disponíveis o ano todo
Foto: Divulgação - Seab

A proximidade do Natal aquece o mercado de frutas especiais em todo o Brasil. Nas bancas das Ceasas, os comerciantes registram aumento de até 50% nas vendas durante dezembro, impulsionado pela busca dos consumidores por produtos frescos e de qualidade para as ceias de fim de ano.

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Produtores nacionais abastecem cerca de 90% das frutas vendidas nas centrais de abastecimento, segundo comerciantes da unidade do Distrito Federal. A cereja chilena figura entre as poucas exceções importadas, enquanto uvas, pêssegos, lichias e ameixas chegam às mesas brasileiras direto das lavouras nacionais.

“Hoje não tem mais isso não. A gente encontra frutas o ano todo, muito graças, claro, à tecnologia, à ciência que ajudou a desenvolver variedades para todo o Brasil”, afirma a consumidora Helena Bittar.

Tecnologia transforma produção nacional

O Vale do São Francisco, no Nordeste, exemplifica a transformação tecnológica na fruticultura brasileira. A região produz uvas durante todo o ano, eliminando a dependência das festas de fim de ano para consumir determinadas frutas. Investimentos em pesquisa agrícola e desenvolvimento de variedades adaptadas ao clima tropical garantem o abastecimento contínuo do mercado.

Paulo Iovino, diretor de empresa que comercializa frutas no atacado e varejo na Ceasa de Brasília, confirma a importância do período natalino. “É o melhor mês do ano, principalmente quando o preço está bom. Se [os preços] do pêssego, banana, uvas, estiverem em conta, sai tudo. É Natal”, afirma.

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Expectativa de super safra no Sul

Produtores da região Sul esperam colher uma super safra de frutas de caroço neste ano, especialmente pêssegos e ameixas. O varejo projeta crescimento de 10% no consumo de frutas de época durante este Natal, principalmente das variedades com preços mais acessíveis em comparação a 2024.

A capacitação dos produtores rurais e o domínio de tecnologias agrícolas eliminaram a sazonalidade que limitava o consumo de certas frutas. “Essas categorias, antigamente a gente se encontrava algumas variedades de fruta numa determinada época, né?”, recorda Helena Bittar.

Preços registram alta de 6,7%

Apesar do otimismo entre comerciantes, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) aponta aumento de 6,7% nos preços das frutas especiais e importadas em relação ao Natal passado. As frutas secas acumulam alta de 6,2% no mesmo período. O abacaxi, por exemplo, chega a custar R$ 10 a unidade, valor que alguns consumidores consideram elevado.

Márcio Milan, vice-presidente da ABRAS, explica que o consumo aumenta naturalmente nesta época. “O consumo de frutas premium tende a aumentar, consolidando o mês de dezembro como o melhor período para o setor”, ressalta. O dirigente atribui o crescimento à renda adicional do 13º salário e ao clima festivo do Natal.

O movimento nas Ceasas confirma a tendência: quando os preços permanecem acessíveis, especialmente de itens tradicionais como pêssego, banana e uvas, as vendas disparam durante todo o mês de dezembro.