Pioneira na produção de alimentos orgânicos no Brasil, a Korin decidiu usar a 30ª Hortitec, realizada em Holambra (SP), para mostrar que sua atuação vai além do frango e dos ovos. Embora esses produtos tenham consolidado a marca no mercado, a empresa trabalha, há mais de três décadas, com bioinsumos aplicados tanto na agricultura quanto na produção animal.
Segundo o presidente Edson Matsui, a base da tecnologia vem da filosofia de Mokiti Okada, pensador japonês que influenciou a criação da Korin. Em entrevista ao Agro em Campo, ele afirmou que a empresa começou a comercializar os bioinsumos desenvolvidos internamente há cerca de sete anos, após utilizá-los com exclusividade por um longo período.
Apesar de o frango ainda ser o carro-chefe da empresa, Matsui ressaltou que essa imagem não reflete toda a atuação da Korin. “Nosso foco está em soluções sustentáveis, adaptáveis a diferentes culturas e modelos de produção. Atuamos com agricultura regenerativa e buscamos sempre o equilíbrio entre produtividade e preservação ambiental”, disse.
Bioinsumos ganham força no campo e na aquicultura
Com mais de 600 clientes espalhados pelo Brasil, a Korin atende hoje uma área superior a 400 mil hectares. Em regiões como Petrolina (PE), por exemplo, produtores já utilizam os bioinsumos da empresa na produção de uvas para consumo e vinificação.
Além disso, Matsui citou a aplicação dos insumos na recuperação ambiental. Em Maricá (RJ), a Korin participou de ações de despoluição de lagoas e rios, usando produtos biológicos que regeneram a água sem causar impactos negativos.
A atuação da empresa também chegou à aquicultura. Os bioinsumos são aplicados diretamente nos tanques, promovendo um ambiente mais saudável para os peixes. Isso, segundo Matsui, reforça o compromisso da marca com uma cadeia produtiva responsável. “Desde o início, defendemos o respeito à vida — humana, animal e vegetal. Por isso, investimos em tecnologia com propósito”, afirmou.

Certificação em pescados e expansão para novos mercados
Reconhecida por ter sido a primeira empresa brasileira a conquistar o selo de bem-estar animal, a Korin ampliou recentemente esse modelo para o setor de pescados. Uma produtora da Patagônia chilena procurou a companhia para certificar a criação de um salmão cultivado em águas frias e naturais, sem o uso de antibióticos ou carrapaticidas.
De acordo com Matsui, o processo foi avaliado com rigor técnico e aprovado. “Hoje, esse salmão já é vendido com a marca Korin. Isso mostra que é possível combinar exigência sanitária com respeito ao meio ambiente”, disse o executivo.
Para ele, a saúde humana está diretamente ligada à qualidade dos alimentos. “Acreditamos que uma alimentação inadequada está na origem de muitos problemas de saúde. Por isso, buscamos produzir alimentos que contribuam para o bem-estar de quem consome e também de quem produz.”
Por fim, Matsui destacou que o conceito de ESG sempre esteve presente na história da empresa, mesmo antes de o termo se tornar tendência global. “A filosofia de Mokiti Okada já nos guiava, nos anos 1930, a cuidar do solo, dos animais e das pessoas. Esse é o verdadeiro DNA da Korin”, concluiu.