Usando amido de milho e "bagaço" da laranja, projeto da UEap oferece alternativa sustentável ao plástico comum
Foto: Secom AP

Um projeto pioneiro da Universidade do Estado do Amapá (UEap) está gerando uma solução sustentável para um dos maiores vilões ambientais da atualidade: a poluição por plásticos. Cientistas e estudantes de Engenharia Ambiental desenvolveram com sucesso bioplásticos a partir do amido de milho e do albedo (a parte branca) da laranja, com um resultado impressionante: o material se decompõe completamente entre 15 e 28 dias, em contraste com os 450 anos que um plástico convencional pode levar para desaparecer no meio ambiente.

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O professor Dr. William Xavier lidera o projeto. Foto: Secom AP

Liderado pelo professor Dr. William Xavier, com a participação da aluna Rita Santana e do monitor André Fernandes, o projeto de iniciação científica partiu de estudos anteriores para criar e testar os bioplásticos em composteiras. O objetivo era buscar alternativas viáveis e de baixo impacto aos plásticos derivados do petróleo.

Degradação rápida surpreende equipe

Os resultados superaram as expectativas. Os micro-organismos presentes no solo e na matéria orgânica assimilaram rapidamente os filmes plásticos biodegradáveis quando expostos às condições de uma composteira.

“Foi uma grata surpresa. Vimos que os micro-organismos são capazes de decompor esse polímero de forma rápida”, relatou o professor William Xavier.

O bioplástico derivado do albedo da laranja foi o campeão em velocidade, desaparecendo completamente em apenas 15 dias. Já o feito com amido de milho levou 28 dias para se decompor totalmente. Os primeiros sinais de degradação foram observados em menos de 20 dias.

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Vantagens ambientais e econômicas

Além da biodegradabilidade acelerada, o projeto se destaca por utilizar matérias-primas abundantes e renováveis. O amido de milho e o albedo da laranja, muitas vezes descartado pela indústria de sucos, ganham nova função, promovendo a economia circular e reduzindo a dependência de recursos fósseis. O processo de produção também é considerado mais sustentável que o do plástico comum.

Rita Santana e André Fernandes, alunos e integrantes do projeto. Foto: Secom AP

A iniciativa representa um avanço promissor na busca por materiais que não perpetuem a crise global da poluição plástica, alinhando pesquisa científica universitária à urgência de soluções ambientais práticas para o futuro.