Crustáceos estavam distribuídos em 12 caixas; espécie pode ser o caranguejo-de-mitene, iguaria asiática
Foto: Vigiagro/Mapa

Uma passageira que desembarcou da China no Aeroporto Internacional de Guarulhos teve uma surpresa nada agradável ao passar pela fiscalização. A Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária, apreendeu nada menos que 240 caranguejos escondidos em suas malas.

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Foto: Vigiagro/Mapa

Os crustáceos estavam cuidadosamente organizados em 12 caixas, cada uma pesando 4,6 quilos e contendo 20 unidades. O problema? Os animais não tinham nenhuma autorização para entrar no território brasileiro. E isso representa um risco bem sério pra saúde da agropecuária nacional.

A análise preliminar dos fiscais indica que a espécie pode ser o caranguejo-de-mitene (Eriocheir sinensis), também conhecido como hairy crab ou caranguejo-peludo. Trata-se de uma verdadeira iguaria na China e bastante apreciada em lugares como Singapura e Hong Kong, onde o preço pode chegar a valores bem altos dependendo da época.

Perigo para fauna e cadeia produtiva

Mas o que pode parecer apenas uma tentativa de trazer um produto gourmet pra casa esconde perigos reais. A entrada clandestina de organismos aquáticos abre portas pra introdução de doenças graves que podem se espalhar rapidamente, afetando tanto ecossistemas locais quanto cadeias produtivas inteiras. Os prejuízos econômicos podem ser devastadores.

O coordenador-geral do Vigiagro, Cleverson Freitas, reforça que as equipes trabalham justamente pra evitar esse tipo de situação. “O trabalho é estratégico pra impedir o ingresso de produtos e organismos sem autorização, garantindo a sanidade agropecuária, a saúde animal e a segurança dos consumidores”, explica.

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Foto: Vigiagro/Mapa

A fiscalização de cargas e bagagens clandestinas está entre as principais atribuições do Vigiagro, que atua como uma barreira de proteção contra riscos sanitários no trânsito internacional. E casos como esse mostram que a vigilância é mesmo necessária. Afinal, o que parece ser só uma tentativa de contrabando gastronômico pode ter consequências bem maiores pro país.

A apreensão aconteceu durante inspeção de rotina no aeroporto paulista, que é um dos principais pontos de entrada internacional do Brasil. Até o momento, não foram divulgadas informações sobre possíveis penalidades aplicadas à passageira.