A colheita de arroz no Rio Grande do Sul atingiu 83% da área prevista, com resultados de boa qualidade e produtividade, assegurando o abastecimento nacional, conforme a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, destaca que dentro dos 83% já colhidos, observam-se boas médias de produtividade. Em suas palavras, “Já temos um bom volume de arroz e mesmo que a gente tenha dificuldades na colheita deste saldo que falta colher, certamente o Rio Grande do Sul tem plenas condições de colher uma safra bem acima dos sete milhões de toneladas. “Apesar das dificuldades na colheita remanescente, Velho assegura que não haverá problemas de abastecimento no mercado interno. Ele aponta um desafio momentâneo de logística, especialmente na ligação com o interior do estado, mas ressalta que a conexão com os grandes centros via BR-101 está normal, permitindo o deslocamento do arroz para as regiões centrais do Brasil.
O dirigente enfatiza que não há necessidade imediata de importação, considerando o Brasil como um grande produtor de arroz, com aumento de área tanto no Rio Grande do Sul quanto em outros estados produtores. Velho conclui que não há motivos para alertas sobre problemas de abastecimento de arroz.Neste contexto, ele destaca a importância de apoiar os produtores, aguardando a baixa das águas para acessar as lavouras e avaliar o real impacto da situação. A perspectiva é de uma safra significativa, mesmo diante dos desafios logísticos temporários enfrentados.
Entenda como é a produção de arroz no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz, com uma área de plantio que aumentou 7% no Brasil. A safra gaúcha de 2024 deve chegar a 7,1 milhões de toneladas, resultado dos 758 mil hectares colhidos até agora, mais 101 mil hectares que não foram atingidos pelas inundações e devem ser colhidos nos próximos dias.
O plantio de arroz no estado segue um processo bem estabelecido. Após a colheita da safra anterior, os produtores preparam o solo para o próximo plantio. Isso envolve a aração e gradagem da terra, além da aplicação de fertilizantes e corretivos, quando necessário.
O plantio propriamente dito ocorre entre os meses de outubro e dezembro, dependendo das condições climáticas. A semeadura é feita com máquinas específicas, que depositam as sementes em linhas espaçadas, garantindo uma distribuição uniforme na lavoura.
Após a germinação, as plantas de arroz precisam de água para seu desenvolvimento. Nessa fase, as lavouras são inundadas, criando uma lâmina d’água que permanece até próximo à colheita. O controle de plantas daninhas, pragas e doenças é feito com o uso de herbicidas, inseticidas e fungicidas, sempre seguindo as recomendações técnicas.
A colheita do arroz no Rio Grande do Sul ocorre entre os meses de fevereiro e maio, dependendo da cultivar plantada e das condições climáticas. As máquinas colhedeiras retiram os grãos maduros das plantas, separando-os da palha e armazenando-os em um tanque acoplado. Após a colheita, o arroz é transportado para as unidades de beneficiamento, onde é seco, limpo, polido e embalado, ficando pronto para ser comercializado e consumido.