Com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, os preparativos para a transição governamental começaram a ganhar destaque, especialmente em cargos estratégicos, como o de secretário do Departamento de Agricultura (USDA).
A atenção se volta para a escolha do próximo titular dessa pasta, uma das mais robustas da administração americana, que conta com um orçamento proposto de US$ 151 bilhões para 2025 e cerca de 100 mil funcionários.
Dois nomes são apontados como os principais candidatos para suceder o atual secretário, Tom Vilsack. O primeiro é Kip Tom, renomado produtor de milho e soja de Indiana, e o segundo é Sidney Carroll Miller, mais conhecido como Sid Miller, atual comissário de agricultura do Texas.
Perfil dos candidatos
Kip Tom, com 69 anos, carrega uma trajetória marcada por uma forte herança familiar no agronegócio, sendo a sétima geração de agricultores desde 1837. Ele transformou a Tom Farms em uma das maiores operações agrícolas do estado, com 10 mil hectares cultivados entre os Estados Unidos e a Argentina.
Tom traz experiência diplomática pela sua trajetória. Ele atuou como embaixador da agência de alimentos das Nações Unidas durante o governo Trump, após ser nomeado em 2019. Além disso, ele participou de organizações influentes, incluindo a Indiana Economic Development Corporation e fundações voltadas para o futuro da agricultura.
Sid Miller, também com 69 anos, tem um perfil mais político. Comissário de agricultura do Texas desde 2015, Miller se destaca pelo apoio fervoroso a Donald Trump e por sua atuação combativa. Formado em Educação Agrícola Vocacional pela Tarleton State University, ele começou sua carreira na Miller Nursery, uma empresa familiar de cultivo de árvores.
Embora sua popularidade seja notável, Miller já esteve envolvido em controvérsias. Uma delas, por exemplo, foi ao culpar equivocadamente as turbinas eólicas por apagões em 2021 e promover teorias conspiratórias. Sua lealdade a Trump ficou evidente com a turnê de ônibus que iniciou em julho deste ano em apoio à campanha do presidente eleito.
Importância da pasta
fFundado em 1862, oDepartamento de Agricultura desempenha um papel vital na economia e no bem-estar dos EUA, abrangendo áreas como segurança alimentar, inspeção e pesquisa agrícola. O próximo secretário terá a tarefa de gerenciar divisões importantes como o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS), o Serviço Florestal (USFS) e a Administração de Serviços Agrícolas (FSA). O desafio não se restringe a manter as operações, mas também a enfrentar novas demandas de sustentabilidade, mudanças climáticas e segurança alimentar global.
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A decisão final de Trump, com a escolha entre a experiência internacional de Kip Tom e a trajetória política de Sid Miller, poderá indicar a direção que a nova administração pretende tomar no setor agrícola. Ou seja, com um enfoque mais diplomático e de expansão internacional ou uma abordagem mais tradicional e conservadora. E o principal, como isso vai afetar o agronegócio no Brasil.