O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta terça-feira (12) com cerca de 20 entidades representativas do setor agropecuário para apresentar um balanço das ações do Ministério da Agricultura (Mapa) no último ano e discutir as prioridades para 2025. O encontro teve como foco os resultados do segundo ano do governo Lula, especialmente em relação à abertura de novos mercados para os produtos brasileiros.
Na abertura da reunião, Fávaro expressou sua gratidão pela presença das entidades e enfatizou a importância de ouvir as demandas e sugestões do setor. “Queremos receber as demandas, as críticas e as sugestões dos setores. Também é importante prestarmos contas sobre o trabalho do Mapa ao longo desses dois anos e mostrar os resultados alcançados”, afirmou.
Entre as entidades presentes estavam representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa); Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg); Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec); Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo); Croplife Brasil; Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca); Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampa); União Nacional do Etanol de Milho (Unem); Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos); Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR); Exportadores de Sucos Cítricos Ibiapaba Netto (diretor-executivo); Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia); Associação Brasileira do Agronegócio (Abag); Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé); Indústria Brasileira de Árvores (Ibá); Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA); Sociedade Rural Brasileira (SRB); Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato) e a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Abertura de mercados
Um dos principais destaques da reunião foi a abertura de 274 novos mercados em 61 destinos desde o início de 2023. Fávaro atribuiu esse recorde à boa relação diplomática e ao trabalho das equipes técnicas do Mapa, do Ministério das Relações Exteriores e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). “Nosso foco é ampliar as relações comerciais para a agropecuária brasileira, especialmente em um cenário de preços de commodities achatados”, ressaltou o ministro.
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O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, apresentou dados que evidenciam o crescimento econômico do agronegócio no Brasil, destacando que, apesar da queda nos preços médios de exportação de alguns produtos, o desempenho geral tem sido positivo. O setor agrícola representa quase metade das exportações totais brasileiras em 2024, com 49,3% do total.
Novas secretarias e lei antidesmatamento
Durante a reunião, Fávaro anunciou a possível criação de duas novas secretarias no Mapa: uma para o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e outra para Promoção Comercial dos Produtos do Agro. “Teremos o melhor Instituto Meteorológico da América Latina”, garantiu.
Outro assunto debatido foi a carta enviada pelo Brasil à União Europeia pedindo a suspensão da Lei Antidesmatamento. Fávaro enfatizou que o Brasil possui um código florestal rigoroso e que é fundamental respeitar a soberania nacional.
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O presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel, destacou a importância da interação entre o setor privado e o governo. “Essa interação faz com que tenhamos resultados para o Brasil”, afirmou.
O presidente da Abiec, Jorge Camardelli, destacou o que ele chamou de excelência do processo comercial. “O Brasil é competitivo e tem oferta para o mundo. Nenhum player no mundo hoje ou nos próximos anos terá a produção que o Brasil tem para abastecer o mundo com qualidade proteica e principalmente com volume” afirmou.
A reunião refletiu o compromisso do governo em fortalecer o agronegócio brasileiro e buscar soluções para os desafios enfrentados pelo setor.