A estiagem prolongada tem prejudicado o avanço das colheitas em todas as regiões produtoras de mandioca, segundo o Cepea. Ao mesmo tempo, a oferta da raiz continua baixa, impulsionada pela rentabilidade e pelas expectativas de preços mais altos.
Estiagem x preço
Esse cenário, aliado à demanda aquecida, elevou os valores da mandioca na última semana. Em muitos negócios, o preço já supera R$ 1,00 por grama de amido, o maior patamar registrado desde janeiro deste ano.
Entre os dias 2 e 6 de setembro, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca entregue à fecularia alcançou R$ 557,70 (equivalente a R$ 0,9699 por grama de amido), um aumento de 3,9% em comparação à semana anterior. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, desde o preço mínimo registrado em 10 de maio até a última semana, houve um aumento expressivo de 37,3%. No entanto, o preço atual ainda está 10,4% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, em termos nominais.
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Estiagem também impacta o setor de soja
A seca nas principais regiões produtoras de soja no Brasil preocupa os produtores. A falta de chuvas pode atrasar o início da semeadura da safra 2024/25. De acordo com pesquisas do Cepea, esse cenário leva os vendedores a reduzir a oferta no mercado interno. Ao mesmo tempo, compradores domésticos e internacionais disputam novos lotes. Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços no mercado interno continuam a subir, segundo o Cepea. A paridade de exportação também indica preços mais altos para o próximo mês, aumentando a resistência dos produtores em vender grandes volumes a curto prazo.