A safra da cana-de- açucar está sofrendo interferência do clima, o que impacta na produção e pode afetar o seu bolso.
Na segunda quinzena de maio, as usinas da região Centro-Sul processaram 45,19 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma queda de 3,36% em comparação às 46,77 milhões da safra anterior. No acumulado até 1º de junho, a moagem atingiu 140,74 milhões de toneladas, um aumento de 11,15% em relação ao ciclo anterior.
Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA, atribui a queda no final de maio às condições climáticas desfavoráveis em áreas do Paraná, Mato Grosso do Sul e região de Assis (SP). “Esse movimento foi parcialmente compensado pelo clima seco que favoreceu a colheita em Minas Gerais, Goiás e na região central do Estado São Paulo”. Em contraste, o clima seco favoreceu a colheita em Minas Gerais, Goiás e na região central de São Paulo.
Quatro unidades iniciaram a safra 2024/2025 na segunda metade de maio, somando 249 unidades em operação no Centro-Sul, das quais 232 processam cana, nove produzem etanol a partir do milho e oito são usinas flex.
O ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) na segunda quinzena de maio foi de 129,85 kg por tonelada de cana. Uma queda de 3,78% em relação ao mesmo período anterior. No acumulado da safra, o ATR foi de 122,07 kg por tonelada, uma redução de 1,92%.
Produção de açucar
A produção de açúcar totalizou 2,70 milhões de toneladas, uma queda de 7,72% em relação à safra anterior. Porém, desde o início da safra, a produção acumulada de açúcar alcançou 7,84 milhões de toneladas, um aumento de 11,80%.
Rodrigues explicou que um terço das usinas aumentou a produção de açúcar por tonelada de cana, enquanto os outros dois terços reduziram. A menor concentração de ATR, baixo nível de pureza e outros fatores impactaram negativamente a produção em várias unidades.
A produção de etanol na segunda quinzena de maio foi de 2,12 bilhões de litros, sendo 1,28 bilhão de etanol hidratado (+6,49%) e 837,67 milhões de etanol anidro (-8,95%). Porém, no acumulado até 1º de junho, a produção de etanol somou 6,46 bilhões de litros (+10,42%), com 4,32 bilhões de hidratado (+24,97%) e 2,14 bilhões de anidro (-10,59%).
As vendas de etanol em maio totalizaram 2,97 bilhões de litros, um aumento de 22,51% em relação ao mesmo período anterior. O etanol hidratado registrou crescimento de 46,80% nas vendas, enquanto o anidro teve uma queda de 6,36%.
Além disso, no mercado interno, as vendas de etanol hidratado somaram 1,87 bilhão de litros em maio, um aumento de 46,47%. A venda de etanol anidro foi de 997,35 milhões de litros, uma retração de 4,16%.
Rodrigues destacou que o volume comercializado em maio foi o maior desde outubro de 2020. No acumulado da safra, as vendas de etanol somaram 5,81 bilhões de litros. Isso representa um crescimento de 28,57%, com 3,86 bilhões de litros de hidratado (+51,64%) e 1,96 bilhão de litros de anidro (-1,10%).