A Embrapa Agroenergia reuniu 25 técnicos ligados à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) para encerrar a capacitação “Embrapa e Sistema OCB em trigo tropical”, promovida pela Embrapa Trigo (Passo Fundo-RS) em 2024. O encontro, realizado em Brasília, abordou o potencial do trigo como matéria-prima para etanol, no contexto da transição energética.
Recebidos pelo chefe-geral Alexandre Alonso, os participantes discutiram a crescente utilização de grãos e cereais para biocombustíveis. Segundo Alonso, o uso do trigo para produção de etanol representa uma oportunidade para unir segurança alimentar, energética e novos negócios para produtores e cooperativas.
Bruno Laviola, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, destacou a importância do encontro para debater desafios e oportunidades do trigo tropical no setor bioenergético. Além disso, ele enfatizou que a transição energética exige fontes renováveis para substituir combustíveis fósseis, reduzindo emissões de gases de efeito estufa.
Durante sua apresentação, Laviola ressaltou o potencial da agricultura brasileira para impulsionar a transição energética por meio da produção sustentável de biomassa. Já Giovani Faé, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Trigo, explicou que a capacitação com cooperativas ocorre há uma década, mas 2024 marca o primeiro foco no trigo tropical.
Faé afirmou que a diversificação da cadeia do trigo e o mercado emergente de etanol amiláceo abrem oportunidades estratégicas para o setor. Ou seja, ele destacou que iniciativas como essa ajudam produtores a obter mais liquidez e aproveitar os benefícios ambientais dessa cultura.
Em resumo, as palestras, conduzidas pelos pesquisadores Maurício Lopes e Félix Siqueira, abordaram desafios como o controle de micotoxinas em grãos crus no processo produtivo de etanol. Luan Pivatto, técnico da Cooperativa Alfa de Dourados-MS, considerou a capacitação produtiva, especialmente pelas informações sobre biomassa de bambu.
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Parcerias estratégicas em foco
Além das discussões técnicas, o evento abriu espaço para possíveis parcerias entre cooperativas e Embrapa Agroenergia. Juliana Evangelista, chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia, apresentou os modelos de colaboração, como o programa “Portas Abertas” e o credenciamento junto à Embrapii.
Portanto, essas iniciativas permitem às empresas utilizar a infraestrutura da Embrapa e receber aporte financeiro para inovação industrial. Segundo Juliana, os recursos da Embrapii podem custear até um terço do valor de cada projeto, com o restante dividido entre a indústria parceira e a Embrapa.
O evento encerrou com uma visita técnica aos laboratórios e áreas experimentais da Embrapa Agroenergia, liderada pelo supervisor Felipe Carvalho. A capacitação reforçou a importância do trigo tropical na agenda de bioenergia e abriu caminho para novas oportunidades no setor.