A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) anunciou em 2024 a aprovação do glufosinato-P, um novo ingrediente ativo herbicida que promete ser uma alternativa viável ao dicamba, anteriormente restringido devido a preocupações com a saúde e o meio ambiente. A decisão marca um avanço na gestão de ervas daninhas, especialmente para culturas como milho, soja, algodão e canola.
O glufosinato-P atua como um herbicida de amplo espectro, interferindo na fotossíntese das plantas e provocando a acumulação de amônia em níveis tóxicos. Ele se destaca por sua aplicação pós-emergente flexível, útil em culturas resistentes ao glufosinato, e é eficiente com uma menor taxa de aplicação, reduzindo a quantidade de químicos dispersos no ambiente.
A novidade é considerada um avanço para os agricultores, que agora contam com uma solução mais eficiente e ambientalmente consciente. O glufosinato-P exige cerca de metade da quantidade de produto em comparação com opções anteriores, resultando em menor impacto ambiental. A EPA destaca que a inovação faz parte de uma nova estratégia para proteger espécies ameaçadas e promover a conservação ambiental.
Avaliações de saúde e impacto ambiental
Antes da aprovação, a EPA realizou análises rigorosas para verificar os possíveis riscos do herbicida. Enquanto os resultados não apontaram ameaças diretas à saúde humana, foram detectados riscos potenciais para algumas plantas e espécies animais, incluindo invertebrados terrestres e mamíferos. Em resposta, a EPA introduziu instruções de uso específicas para mitigar esses riscos, como a implementação de zonas de proteção de 10 pés para evitar a deriva de pulverização.
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Entidades agrícolas expressaram preocupações com as restrições adicionais. A American Soybean Association (ASA) criticou as medidas, alegando que impõem desafios regulatórios injustos aos agricultores. Alan Meadows, da ASA, afirmou que a EPA cedeu a pressões ambientais, prejudicando os interesses dos produtores rurais. “Essas limitações ultrapassam as avaliações de segurança já existentes e estabelecem um precedente preocupante”, comentou.
Medidas mitigatórias e perspectivas futuras
A EPA esclareceu que as novas diretrizes têm como objetivo proteger habitats críticos e minimizar impactos negativos. Entre as precauções estão buffers para evitar a contaminação de áreas sensíveis. O glufosinato-P representa um marco na agricultura sustentável, equilibrando produtividade com responsabilidade ecológica e servindo de modelo para futuras aprovações de herbicidas sob o novo Quadro Estratégico de Herbicidas da agência.
A decisão evidencia um esforço para conciliar a necessidade de controle de ervas daninhas com a preservação de espécies e ecossistemas, estabelecendo um padrão que poderá orientar políticas agrícolas e ambientais nos próximos anos.