O Governo de São Paulo intensificou o combate ao greening, uma doença que ameaça a citricultura no estado. Entre os dias 2 e 4 de julho, agrônomos e técnicos agropecuários atuaram em Herculândia e Tupã, onde retiraram de circulação 25.040 mudas cítricas produzidas e comercializadas de forma irregular. A ação, coordenada pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Saa) e a Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), atendeu a denúncias e resultou na fiscalização de seis locais.
“Nesta ação, identificamos mudas cítricas armazenadas a céu aberto. Coletamos amostras para diagnóstico de Cancro Cítrico e greening, além de destruir e apreender as mudas”, explica Valentim Scalon, engenheiro agrônomo e gerente do Programa Estadual de Sanidade na Produção de Materiais de Propagação. Ele acrescenta que essas ações se tornarão rotineiras até que a produção seja regularizada e o comércio irregular cesse.
A operação contou ainda com o apoio da Polícia Militar Ambiental, resultando em quatro autos de infração baseados nas legislações vigentes. Ou seja, essas leis estabelecem medidas de defesa sanitária vegetal para coibir o comércio ambulante de mudas, que causa graves danos econômicos às lavouras e pomares comerciais.
A equipe técnica da Defesa Agropecuária retornou à região após coordenar uma ação no final de 2023, quando apreenderam mais de 9 mil mudas.
Canal de denúncia
Para conter o avanço do greening, a Defesa Agropecuária lançou em outubro um canal direto para denúncias de pomares de citros abandonados ou mal manejados. Esses pomares, sem controle do psilídeo (Diaphorina citri), vetor do greening, ou sem erradicação de plantas contaminadas, representam uma ameaça à citricultura.
O greening, causado pela bactéria Candidatus Liberibacter spp., afeta todas as plantas cítricas e não tem cura. Ou sejam uma vez contaminada, a planta torna-se uma fonte de infecção para outras. Portanto, o greening é a doença mais ameaçadora para a citricultura global atualmente.
O canal de denúncia visa informar a Defesa Agropecuária sobre a localização de pomares abandonados ou mal manejados. Isso permite ações de educação e conscientização dos produtores para adoção de medidas necessárias ao controle do greening, por exemplo. A legislação vigente exige o controle eficiente do psilídeo em todos os pomares e a eliminação de plantas sintomáticas em pomares com até oito anos de idade.
Relatório cancro/greening
A Defesa Agropecuária alerta os produtores de citros sobre a necessidade de entregar o relatório Cancro/Greening até 15 de julho. O documento deve ser enviado pelo sistema Gedave. Ele deve conter os resultados das vistorias trimestrais realizadas entre 1º de janeiro e 30 de junho de 2024.
A entrega dos relatórios com dados precisos permite à Defesa Agropecuária direcionar melhor as ações de defesa fitossanitária e políticas públicas. Em São Paulo, a entrega do relatório é obrigatória para todos os produtores, independentemente da idade das plantas. Ou seja, atraso ou a não entrega do relatório sujeita o produtor às sanções previstas no Decreto Estadual Nº 45.211, de 19 de setembro de 2000.