O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) lançou um curso a distância em parceria com a Organização Freeland, com o objetivo de capacitar agentes de instituições governamentais federais sobre a importância da Guia de Trânsito Animal (GTA) no combate ao tráfico de animais silvestres. A gravação da videoaula ocorreu em São Paulo e mostra como a GTA é essencial para controlar a origem e o destino dos animais durante o transporte.
O curso é uma versão adaptada de um treinamento presencial sobre tráfico de espécies silvestres. Ele tem duração prevista de 40 horas e inclui módulos teóricos e práticos. O projeto é financiado pelo Gabinete de Assuntos Internacionais sobre Narcóticos e Aplicação da Lei dos Estados Unidos (INL). E representa a primeira iniciativa do tipo com acesso remoto.
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Durante a gravação, Miriam Sassaki, agente de inspeção e médica veterinária da Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (SFA-SP), explicou que a GTA é obrigatória para o deslocamento de diversos animais, exceto cães e gatos. Ela destacou que o Mapa, em colaboração com os Órgãos Estaduais de Sanidade Animal (Oesas), é responsável por habilitar médicos veterinários da iniciativa privada para emitir as GTAs.
Riscos do tráfico de animais
Os riscos associados à captura e transporte de animais silvestres são uma preocupação crescente para a Defesa Agropecuária brasileira. Animais infectados podem transmitir doenças a outras espécies, incluindo humanos. Leandro Bondar, coordenador de educação da Freeland Brasil, citou a pandemia de Covid-19 como um exemplo das consequências perigosas do tráfico.
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Casos anteriores mostram essa ameaça: em 2019, autoridades em Corumbá (MS) sacrificaram 160 canários contrabandeados do Peru por falta de documentação sanitária. No ano seguinte, a Polícia Rodoviária Federal resgatou 320 canários-venezuelanos no Mato Grosso. Eles foram sacrificados por apresentarem risco à saúde pública.
Estratégias educacionais
Leandro Bondar e Jennifer Machado, analista educacional da Freeland, estiveram presentes na gravação do curso. Eles explicaram que a ONG atua em três frentes: educação ambiental, capacitação de agentes públicos e monitoramento de políticas públicas. O conteúdo do curso incluirá textos, gráficos e depoimentos em vídeo, sendo disponibilizado para treinar os 13 mil agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Brasil.
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A expectativa é que o curso ofereça um treinamento abrangente. A duração é entre 60 a 80 horas, com uma contribuição significativa para o combate ao tráfico de animais silvestres. E, além disso, promovendo a conservação da biodiversidade no país.