Brasília sedia, nesta semana, uma nova rodada de negociações entre o Mercosul e a União Europeia. Representantes dos dois blocos tentam superar impasses para viabilizar o acordo comercial. Os representantes apresentarão o texto final das discussões na reunião de presidentes do Mercosul, prevista para o início de dezembro, em Montevidéu. Portanto, caso haja consenso, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, participará do encontro no Uruguai, para a assinatura do tratado.
Boicote francês à carne sul-americana agrava resistência ao acordo
O boicote do Carrefour à carne da América do Sul trouxe tensão às negociações. O CEO global da rede francesa anunciou que não comprará carne sul-americana na França, alegando preocupações com a qualidade do produto. A declaração gerou reação do presidente Lula, que defendeu o acordo com a União Europeia e afirmou que os franceses “não apitam mais nada”.
No mesmo dia, o Carrefour se desculpou com o Brasil, mas a França reforçou sua oposição ao tratado comercial. Em votação simbólica, o parlamento francês rejeitou o acordo, enquanto a ministra da Agricultura do país alegou que produtos sem conformidade com padrões europeus representam riscos sanitários, ambientais e à soberania francesa.
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Brasil critica postura francesa e busca estratégias para avançar
O senador Nelsinho Trad, presidente da representação brasileira no Parlamento do Mercosul, classificou a atitude francesa como tentativa de atrapalhar as negociações. Além disso, ele convocou reunião com membros do Parlasul e diplomatas do Itamaraty para alinhar estratégias.
Apesar das reações, críticas internas no Congresso Nacional destacam a necessidade de o governo brasileiro adotar uma postura mais firme contra as provocações da França. Parlamentares apontam que a resposta poderia ser mais contundente para preservar os interesses do Brasil nas discussões comerciais.
As negociações seguem até o final da semana, com expectativa de avanços que contemplem os interesses dos dois blocos.