O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, expressou sua indignação em relação ao embargo imposto pelo Carrefour à carne brasileira, que agora também abrange o frango.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Fávaro classificou a decisão como um “absurdo” e um pretexto protecionista, ressaltando que a qualidade sanitária da carne brasileira é inquestionável.
Fávaro afirmou, portanto, que os produtores brasileiros receberam com descontentamento a decisão do Carrefour, anunciada pelo CEO Alexandre Bompard, de suspender a compra de carne do Mercosul. Ele destacou que “isso é um absurdo. Se ele não quer comprar os produtos brasileiros, é simples: não compra. Agora, dizer que não tem qualidade sanitária? Faz 40 anos que a França compra carne do Brasil. E faz isso agora?”
Além disso, o ministro enfatizou que o embargo ao Carrefour não se limita à carne bovina. Sendo assim, ele confirmou que os produtores de frango também estão aderindo à paralisação das vendas para o Carrefour no Brasil. “Eles tocaram em algo que é sagrado, que é a qualidade sanitária de nossas carnes. Isso nós não admitimos”, disse Fávaro.
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O apoio do ministério e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) foi destacado como fundamental para essa reação.
JBS e Masterboi reagem
A resposta do setor foi rápida. Ou seja, grandes frigoríficos como JBS e Masterboi já interromperam o fornecimento de carne ao Carrefour no Brasil. “Se o Brasil não serve para colocar a carne brasileira na gôndola do Carrefour na França, não serve para colocar na gôndola do Carrefour no Brasil”, afirmou Fávaro, reforçando a união do setor contra as decisões do grupo francês.
Por outro lado, o Carrefour Brasil declarou que suas operações no país permanecem inalteradas e que continua comprando carne de produtores locais. Contudo, Fávaro deixou claro que essa situação pode mudar se não houver uma retratação global da empresa sobre suas alegações.
Fávaro concluiu sua entrevista afirmando: “Não vamos admitir que questionem a qualidade da nossa carne.” Essa declaração reafirma a posição firme do governo brasileiro em defesa de seus produtos agrícolas e da integridade do setor agropecuário nacional.