Os preços internos da soja mantiveram-se firmes nos últimos dias, impulsionados pela alta do dólar, de acordo com um levantamento do Cepea. No entanto, a expectativa de estoques nacionais elevados limitou os aumentos domésticos. Pesquisadores do Cepea observaram que poucos agentes estão ativos no mercado spot. Enquanto alguns consumidores estão abastecidos para o médio prazo, muitos produtores preferem não comercializar grandes volumes. Eles estão atentos à valorização do dólar frente ao real, que tende a atrair importadores para o Brasil.
Além disso, o anúncio de uma greve pelo sindicato das indústrias esmagadoras de soja na Argentina nesta quinta-feira, 27, contribuiu para a retração dos agentes. Esse cenário pode redirecionar a demanda internacional para o Brasil nos próximos dias, conforme apontaram os pesquisadores do Cepea.
Mais um reflexo dos preços da soja
Somando-se a esse cenário, a competição acirrada entre as indústrias de alimentos e de biocombustíveis também está impulsionando o aumento do preço do óleo de soja no mercado interno brasileiro. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que essa pressão de demanda tem contribuído muito para a alta dos preços.
O óleo de soja, um produto essencial tanto para a produção de alimentos quanto para a fabricação de biodiesel, enfrenta uma demanda crescente de ambos os setores. Em 2023, a produção de soja no Brasil alcançou cerca de 154,6 milhões de toneladas, uma das maiores colheitas registradas. Apesar disso, a disputa pelo óleo de soja bruto se intensificou, levando a um aumento nos preços. Segundo a Conab, o preço do óleo de soja subiu 20% nos primeiros cinco meses de 2024.