Os preços das frutas e hortaliças nos principais mercados atacadistas do Brasil registraram queda acentuada em maio, conforme apontado no 6º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A redução foi superior a 10% para banana, laranja e mamão.
Banana
A banana teve uma queda significativa, com uma redução média ponderada de 24,27%. O maior recuo foi observado na Central de Abastecimento (Ceasa) de Rio Branco, onde o preço caiu 42,35% de abril para maio. Este declínio nos preços é atribuído ao aumento da oferta, especialmente da variedade nanica do Vale do Ribeira (SP), norte de Minas Gerais e Santa Catarina. A banana prata também registrou queda devido à concorrência com a nanica e a preferência dos consumidores pela mexerica poncã. Em junho, espera-se que a variedade prata continue pressionando os preços para baixo, com uma produção crescente.
Mamão
No caso do mamão, a oferta aumentou nas zonas produtoras do Espírito Santo e Bahia, levando a uma redução média ponderada de 15,81% nos preços, principalmente nos primeiros vinte dias de maio. Mesmo com uma possível queda na oferta em junho, os preços não devem subir devido ao grande volume de frutas no mercado e às baixas temperaturas, que desestimulam o consumo.
Laranja
Para a laranja, a Conab registrou uma queda de 13,33% nos preços médios ponderados. No entanto, essa tendência não deve continuar em junho, já que os preços começaram a subir no final de maio devido à baixa nos estoques de suco e ao controle da safra para abastecer tanto o mercado interno quanto externo.
Entre as hortaliças, a alface, cebola e tomate também registraram redução nos preços. A alface teve uma queda devido à menor demanda e condições favoráveis à produção com temperaturas mais amenas. A cebola, após um longo período de alta, viu seus preços caírem 9,11% em maio, mas ainda mantém cotações elevadas. Já o tomate, com uma oferta menor em maio, teve preços reduzidos e deve continuar em queda com o avanço da safra de inverno.
Preço mais salgado
Por outro lado, batata, cenoura, melancia e maçã apresentaram aumento nos preços. A batata teve a maior alta, com uma elevação de 39,94%, influenciada pela transição entre as safras e chuvas intensas no Rio Grande do Sul, que afetaram a produção e o transporte. A cenoura também viu uma nova alta devido à menor oferta de Minas Gerais, mas a tendência é de reversão com o aumento da oferta no início de junho. A maçã e a melancia tiveram aumentos de preços devido ao controle da oferta e finalização das safras paulista e baiana, respectivamente.
Exportações
Nos cinco primeiros meses de 2024, o volume total exportado foi de 393 mil toneladas. Ou seja, uma queda de 6,52% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Em termos de valor, o faturamento alcançou US$ 481 milhões. O que significa um aumento de 4,17% em relação aos cinco primeiros meses de 2023 e de 22,9% em relação ao mesmo período de 2022.
Oferta x procura
Essas oscilações nos preços refletem a dinâmica de oferta e demanda no mercado hortigranjeiro brasileiro, influenciadas por fatores sazonais e climáticos. O acompanhamento regular desses dados é essencial para produtores, comerciantes e consumidores, permitindo uma melhor tomada de decisões e planejamento. O Agro em Campo segue atento ao mercado.