O prejuízo causado pelos incêndios em plantações de cana-de-açúcar no estado de São Paulo alcançou R$ 500 milhões, segundo a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Em resumo, o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (28), mostra um aumento significativo em relação à estimativa anterior, de R$ 350 milhões.
80 mil hectares
Até o momento, o fogo destruiu cerca de 80 mil hectares de canaviais em São Paulo, que incluem áreas de cana em fase de colheita e rebrota, essenciais para a próxima safra. Além disso, o fogo comprometeu mais de 6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em pé.
O presidente-executivo da Orplana, José Guilherme Nogueira, destaca que parte da cana queimada ainda pode ser utilizada na produção de açúcar e etanol. No entanto, ele alerta que a colheita precisa ser realizada rapidamente, pois após uma semana há risco de contaminação por fungos e bactérias. Além disso, Nogueira acrescenta que a rebrota danificada deverá ser replantada. Portanto, haverá um custo de R$ 13 mil por hectare para os produtores.
Os incêndios também afetaram outros estados. Em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, canaviais sofreram danos, mas os números ainda estão sendo apurados pela Orplana.
A onda de incêndios que atingiu o interior de São Paulo no último fim de semana colocou 48 municípios em alerta máximo. O desastre provocou duas mortes e forçou mais de 800 pessoas a abandonarem suas casas. A polícia prendeu seis suspeitos, até o momento.
No total, os incêndios afetatam 3.837 propriedades rurais em 144 municípios paulistas. As perdas na agricultura e pecuária chegam a R$ 1 bilhão. Além da cana-de-açúcar, o fogo destruiu plantações de frutas, seringueiras e matou animais de criação, como bois e vacas.
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Alerta máximo
A Defesa Civil de São Paulo informou que 48 cidades continuam em alerta máximo por causa dos incêndios. Além disso, o Mapa de Risco de Incêndio da Defesa Civil prevê um risco elevado para novos focos no próximo fim de semana, devido à previsão de tempo quente e seco a partir de sexta-feira (30).