Os prejuízos causados pelas queimadas em canaviais no Estado de São Paulo podem superar R$ 1.2 bilhão. A Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil) atualizou a estimativa de perdas nesta sexta-feira (13).
“A base de dados utilizada pela Orplana é a de um conjunto de satélites que fazem a verificação das áreas, inclusive com monitoramento de queimadas. Então, pela espectrofotometria é possível ver a diferença das áreas onde tinha cana e onde não tem e também o que aconteceu com a cana, se queimou, se mudou a coloração ou se manteve sem alteração, além da verificação a campo”, explica o CEO da organização, José Guilherme Nogueira.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Brasil projeta maior importação de soja em 20 anos
+ Agro em Campo: Prepare o bolso – suco de laranja registra nova alta
Além disso, Nogueira afirma que o produtor ainda está juntando os cacos para entender os próximos passos. “O custo de implantação na renovação de canavial é por volta de R$ 13,5 mil por hectare. E mesmo naquela rebrota que ainda continuar viável, que não precisar do replantio, pode ser que precise de manejo e nutrientes, em que os custos também impactarão. Isso porque, o colchão de palha que havia ali auxiliava contra plantas daninhas, na retenção de água e na matéria orgânica do solo”, explica. “Além disso, as rebrotas de cana de 3 e 4 meses viraram pó, causando um acúmulo de cinzas, que também precisará de manejo na área”, reforça.
Sem previsão dos impactos
Os impactos das queimadas em canaviais para a próxima safra são imprevistos. “A taxa de plantio, a área a ser disponibilizada para colheita no próximo ano e o cenário de clima seco, podem sim impactar a safra futura, mas ainda é muito cedo para qualquer previsão, pois vamos depender de como virão as chuvas e climas para os próximos meses”, conclui Nogueira.
A Orplana conta, atualmente, com 35 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar.