A safra de maçã no Brasil enfrentou sérios desafios em 2024, resultando em uma quebra significativa na produção. As condições climáticas adversas, especialmente as chuvas intensas nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, impactaram negativamente as plantações.
Os principais polos produtores, como Bento Gonçalves e São Joaquim, sofreram com chuvas excessivas que prejudicaram a polinização e aumentaram a incidência de doenças como a sarna-da-macieira e a mancha-da-gala. Essas condições não apenas reduziram a quantidade de frutos colhidos, mas também comprometeram a qualidade da produção.
Perdas Significativas
Dados preliminares da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicam que as perdas podem chegar a 30% em algumas regiões. A quebra da safra afetou diretamente os produtores, que enfrentam dificuldades para atender à demanda interna e manter as exportações.
III Encontro do Grupo Técnico Eloos Maçã Destaca Desafios e Soluções para a Pomicultura
Nos dias 20 e 21 de junho, a cidade de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, sediou o III Encontro do Grupo Técnico Eloos Maçã, organizado pela Sipcam Nichino. O evento reuniu renomados especialistas para discutir desafios econômicos e fitossanitários enfrentados pela produção de maçãs no Brasil.
Leandro Alves Martins, diretor de marketing e planejamento estratégico da Sipcam Nichino Brasil, enfatizou a importância de conectar segmentos da cadeia produtiva para aprimorar o desenvolvimento da produção de maçãs no país.
Cenário Atual e Desafios Fitossanitários
O encontro abordou o impacto das chuvas intensas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, principais polos produtores de maçãs. As condições climáticas adversas causaram prejuízos significativos na produção, afetando a qualidade e a quantidade da colheita.
Entre os temas discutidos, destacaram-se as doenças sarna-da-macieira e mancha-da-gala, além de pragas como grafolita e mosca-das-frutas. Felipe Ferreira Pinto, da Epagri, e José Boneti, da Fito, apresentaram estudos sobre o controle da sarna-da-macieira. Fernando Figueiredo e João Zuanazzi discutiram os desafios da pomicultura com base em suas experiências de campo e resultados da última safra.
Cristiano Arioli, também da Epagri, abordou o manejo de pragas, enquanto Eric Ono, gerente técnico de pesquisa da Sipcam Nichino, destacou a importância de exportações seguras e sustentáveis.
Produção de Maçã no Brasil
A produção de maçã no Brasil é concentrada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que juntos respondem por grande parte da safra nacional. As condições climáticas adversas, como chuvas intensas, representam um desafio significativo para os produtores, impactando a qualidade e a quantidade da colheita.
Além disso, segundo dados da Epagri, os produtores de maçã do Rio Grande do Sul enfrentaram perdas significativas devido às chuvas excessivas. Elas prejudicaram a polinização e favoreceram o surgimento de doenças como a sarna-da-macieira. Estimativas indicam uma redução de até 30% na produção em algumas regiões afetadas.
A redução na produção de maçãs terá reflexos na economia local e nacional, uma vez que essa cultura é importante para a geração de empregos e renda em diversas regiões. O mercado interno pode sentir o impacto com o aumento dos preços, enquanto as exportações podem enfrentar desafios para manter a competitividade.
Além disso, em termos de exportação, o Brasil tem potencial para crescer, mas enfrenta barreiras fitossanitárias que necessitam de soluções eficazes. Investimentos em pesquisa, como os apresentados no evento, são cruciais para o desenvolvimento de novas técnicas de manejo e controle de pragas e doenças.
Para enfrentar esses desafios, produtores e pesquisadores estão trabalhando em soluções que incluem o desenvolvimento de novas variedades mais resistentes, melhorias nas práticas agrícolas e investimentos em tecnologias de monitoramento climático. A expectativa é que, com essas iniciativas, seja possível minimizar os riscos e garantir uma safra mais estável nos próximos anos.
No mercado interno, a demanda por maçãs continua forte, impulsionada pela qualidade dos frutos e pela adoção de práticas agrícolas sustentáveis. O futuro da pomicultura brasileira depende da capacidade de inovar e de adaptar-se às condições climáticas e às exigências do mercado global.