O preço do tomate de mesa segue em queda nos principais polos de produção e distribuição do Brasil, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A análise da variação estacional dos preços pagos ao produtor entre 2013 e 2017 mostra que os valores recebidos pelos agricultores apresentaram uma tendência de queda consistente, chegando a R$ 1,58 por quilograma em dezembro de 2017 . Esse cenário de baixa nos preços ao produtor é observado principalmente nos meses de fevereiro a abril, quando os níveis de oscilação podem variar muito de um ano para outro.
Por outro lado, os preços médios pagos pelo consumidor final mantiveram-se relativamente estáveis no período, ficando entre R$ 3,00 e R$ 4,00 por quilo, sem alterações bruscas devido à sazonalidade . Evidenciada pela análise gráfica da variação sazonal, essa estabilidade nos valores ao consumidor demonstra uma diferença previsível nos preços quando comparados mês a mês em anos diferentes.
Um fenômeno interessante observado é que a distância entre os preços do produtor e do consumidor, conhecida como margem de comercialização, seguia um padrão semelhante de aproximadamente R$ 1,00 por quilo de janeiro de 2013 a abril de 2016 . Após o último pico de preço registrado em 2016, essa margem aumentou para cerca de R$ 2,00, pressionando os preços recebidos pelos produtores.
Essa mudança no comportamento histórico da margem de comercialização, que passou a variar entre 40% e 70% após 2016, em comparação aos 20% a 50% observados de 2013 a 2015, evidencia uma reestruturação no mercado de tomate de mesa no país . Para os produtores, que têm apresentado incrementos sucessivos de produtividade, a nova configuração das margens pressiona os preços para baixo, tendendo ao equilíbrio ou a uma queda ainda maior.