O umbu possui sabor exótico e, tradicionalmente, foi se tornando um disputado ingrediente para produtos diversos, comercializados em feiras livres, supermercados e lojas de conveniência. Seu extrativismo proporciona renda para milhares de famílias na região semiárida do Nordeste brasileiro.
Com ele são feitos doces, geleias e até cerveja artesanal. A planta é bem conhecida dos moradores da Caatinga e os vaqueiros usam as batatas do umbuzeiro para matar a sede.
Seus frutos podem chegar a um peso acima de 60 gramas. Por isso, chamam-nos de “umbu gigante”. Essa fruta da família Spondia brota de umbuzeiros que ocorreram na natureza e que agricultores selecionaram em parceria com órgãos de pesquisa, destacando-se por suas características genéticas diferenciadas.
“Foi no final dos anos 90 que a Embrapa Semiárido e a extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) juntaram forças para fomentar o cultivo de umbuzeiros em diversas cidades da Bahia”, diz engenheiro agrônomo, Dilermando Morais ao site da Embrapa. O trabalho resultou em quatro cultivares de umbuzeiro que se adaptam melhor às várias condições edafoclimáticas da região. Batizadas como BRS 48, BRS 52, BRS 55 e BRS 68, suas características atendem a demandas importantes da cadeia produtiva, principalmente para o processamento nas agroindústrias de doces, geleias, sucos, picolés, sorvetes, compotas e bebidas artesanais.
A Embrapa Semiárido está desenvolvendo estudos para aprimorar as etapas de colheita e pós-colheita do umbu, fruta nativa da Caatinga com grande potencial para a agroindústria devido ao seu sabor exótico e alto valor nutricional. As pesquisas buscam otimizar práticas como a escolha do momento ideal de colheita, as condições adequadas de armazenamento e o uso de embalagens que preservem a qualidade do fruto.
Umbu: tradição e potencial econômico
Predominantemente cultivado de forma extrativista por agricultores familiares e pequenas agroindústrias do Semiárido, o umbu destaca-se como uma fonte de renda importante na região. Segundo dados do IBGE, a Bahia lidera a produção nacional, respondendo por 80% do total. A safra ocorre entre dezembro e maio, período em que as chuvas favorecem a frutificação do umbuzeiro.
De acordo com o pesquisador Sérgio Tonetto de Freitas, da Embrapa Semiárido, a rápida maturação após a colheita representa um desafio para a comercialização. As iniciativas da Embrapa visam estender a vida útil do fruto, garantindo sua qualidade até o momento do consumo.
Boas práticas para colheita e manuseio
- Momento ideal: Para consumo in natura, o umbu deve ser colhido no estágio de maturação conhecido como “inchado”, quando apresenta casca verde e início do amolecimento da polpa.
- Cuidados na colheita: Realizar a colheita em horários mais frescos do dia e utilizar recipientes rasos e higienizados para evitar danos mecânicos e contaminações.
- Prevenção de podridões: Manusear os frutos com cuidado para minimizar impactos, compressões e cortes, principais causas de podridões.
Higienização e armazenamento: chaves para maior durabilidade
- Após a colheita, os frutos devem passar por uma higienização rigorosa. A Embrapa recomenda que os frutos sejam mergulhados em água clorada por cinco minutos, utilizando 30 ml de água sanitária com 2% de cloro ativo por litro de água. Após esse procedimento, mantenha os frutos a 20°C até que o excesso de umidade evapore.
- Embalagem: Para preservar o fruto, as opções recomendadas incluem cumbucas plásticas tipo “clamshell” ou bandejas de isopor envoltas em plástico filme de polietileno.
- Temperatura ideal: Estudos indicam que a temperatura de 12°C é a mais apropriada para o armazenamento do umbu, evitando danos por frio, comuns em frutos tropicais.
Além de fomentar melhorias na logística e comercialização do fruto in natura, a Embrapa também explora o potencial do umbu na produção de alimentos processados. Receitas e guias de preparo, como doce de umbu, barras de cereais saborizadas, iogurtes e mousses, estão disponíveis para consulta no site da Embrapa.
- Doce de Umbu: Acesse aqui
- Processamento de Doce com Amêndoas de Licuri: Acesse aqui
- Produção de Barra de Cereal: Acesse aqui
- Iogurte de Umbu: Acesse aqui
- Mousse de Umbu: Acesse aqui
- Potencialidades para Agroindústria: Acesse aqui