O mercado brasileiro de abacate tem se diversificado nos últimos anos, com variedades menores ganhando cada vez mais espaço entre produtores e consumidores. Essas cultivares, que diferem significativamente do abacate tropical tradicional, oferecem características únicas que as tornam especialmente atrativas para diferentes segmentos do mercado.
As variedades de abacate de menor porte, como o Hass (conhecido como avocado), apresentam diferenças marcantes em relação ao abacate comum cultivado no Brasil. Enquanto o abacate tropical pode pesar entre 300g e 2kg, essas variedades menores ficam entre 80g e 350g, com casca mais espessa e coloração verde-escura.
“O segredo é que, dentro da casca verde escura, os menores carregam menos água e mais óleos essenciais”, explica material técnico da Abacates do Brasil, referindo-se às variedades menores. Essa característica resulta em uma textura mais firme e polpa mais concentrada em nutrientes, vitaminas, antioxidantes e sais minerais.
Variedades cultivadas no Brasil
No território nacional, são cultivadas diversas variedades de abacate, sendo as principais: Hass (avocado), Breda, Fortuna, Geada, Margarida, Ouro Verde e Quintal. A variedade Hass, originária dos Estados Unidos, é a mais cultivada mundialmente e se destaca por sua casca rugosa e escura quando maduro.
De acordo com dados do setor, o Hass possui uma safra extensa, que pode ir de março a outubro, dependendo da região de plantio. Outras variedades tradicionais, como Fortuna e Margarida, têm períodos de colheita mais concentrados, geralmente entre maio e novembro.

O cultivo de abacate no Brasil se concentra principalmente em regiões com condições climáticas favoráveis. Os estados produtores registram temperaturas moderadas – nem muito frias nem muito quentes – e pluviosidade adequada, fatores essenciais para o desenvolvimento das plantas.
A colheita, de modo geral, é concentrada no primeiro semestre do ano, mas isso varia de variedade para variedade. A diversidade de cultivares permite que o país produza abacate durante todo o ano, com a entressafra de uma variedade sendo complementada pelo início de outra.
Técnicas de cultivo e colheita
O ponto ideal para colheita é determinado pelo teor de matéria seca no fruto. Especialistas recomendam um teor de 23% de matéria seca para garantir a qualidade do produto. Os trabalhadores normalmente utilizam escadas e tesouras apropriadas, ou recorrem aos chamados “apanhadores de saco” para alcançar os frutos nas partes mais altas da árvore.
O produtor deve colher os frutos com pedúnculo e, depois, apará-lo, deixando entre 6 mm e 10 mm de comprimento para facilitar o acondicionamento na embalagem. Esse cuidado é fundamental para manter a qualidade do produto durante o armazenamento e transporte.
O interesse por variedades menores de abacate tem crescido significativamente, especialmente devido à demanda por produtos mais adequados ao consumo individual e à crescente popularidade da culinária saudável. A textura mais firme e o sabor mais concentrado dessas variedades as tornam ideais para pratos salgados, como guacamole e saladas.
A adaptabilidade às condições climáticas brasileiras e a estabilidade de renda que proporcionam aos produtores fazem do cultivo dessas variedades uma opção cada vez mais atrativa para o agronegócio nacional. Com mais de 500 variedades conhecidas mundialmente, o Brasil ainda tem potencial para expandir ainda mais sua produção e diversificar seu mercado interno.
Valor nutricional
As variedades menores de abacate se destacam pela maior concentração nutricional. Com menos água em sua composição e maior quantidade de óleos essenciais, essas frutas oferecem maior densidade de nutrientes por porção, tornando-se especialmente interessantes para consumidores que buscam alimentos funcionais.
A versatilidade culinária também é um diferencial, portanto, permitindo seu uso tanto em preparações doces quanto salgadas, expandindo as possibilidades de consumo e agregando valor ao produto no mercado.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Manga é a fruta brasileira mais exportada em 2025
+ Agro em Campo: Nordeste pode perder R$ 16 bilhões por ano com tarifa de 50% dos EUA