A Emater-MG desenvolve projeto inovador no Parque Estadual Serra Verde, em Belo Horizonte, para conservar abelhas solitárias, polinizadoras fundamentais para a biodiversidade e a agricultura. Essas abelhas, que não vivem em colmeias, representam cerca de 80% das espécies de abelhas no mundo e desempenham papel crucial na polinização de plantas nativas e cultivadas, incluindo orquídeas, abóboras, acerola, abacate, melancia e goiaba.
As abelhas solitárias possuem uma língua (glossa) mais longa que permite acessar o pólen e néctar de flores de difícil alcance, o que as torna polinizadoras especializadas e essenciais para a reprodução de cerca de 85% das plantas com flores no planeta. No Brasil, existem mais de quatro mil espécies dessas abelhas, que ajudam a manter a diversidade genética das plantas e a saúde dos ecossistemas.
Além de garantir a produção de frutos e sementes, a polinização realizada por essas abelhas contribui para a regeneração das matas e florestas. Influenciando diretamente a sustentabilidade ambiental e a produtividade agrícola.
Projeto de conservação no Parque Estadual Serra Verde
Desde 2021, a Emater-MG, em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), instala ninhos artificiais no Parque Estadual Serra Verde, localizado próximo à Cidade Administrativa de Belo Horizonte. Esses ninhos são feitos de troncos e bambus com orifícios de diferentes diâmetros para acomodar a diversidade de tamanhos das abelhas solitárias, que variam de 5 milímetros a 5 centímetros.
Após a fecundação, a abelha coloca seus ovos nesses orifícios, junto com alimento para a larva, e os fecha, deixando a cria se desenvolver sozinha. O monitoramento dos ninhos permite avaliar a ocupação e a reprodução dessas abelhas. Além de servir como indicador da qualidade ambiental local, já que abelhas solitárias não se encontram em áreas degradadas.
O gerente do parque, André Santana, destaca que o projeto abriu oportunidades para pesquisas científicas sobre a ecologia e o comportamento das abelhas solitárias, essenciais para compreender o impacto da iniciativa e a conservação dessas espécies.
As abelhas solitárias são bioindicadoras importantes, sinalizando a saúde dos ecossistemas. Sua presença indica ambientes bem conservados ou em processo de regeneração. A conservação desses polinizadores ajuda a preservar a biodiversidade, garantir a produção de alimentos e fortalecer a sustentabilidade na agricultura.
Como contribuir para a proteção das abelhas solitárias
- Incentivar a criação de habitats com flores nativas e evitar o uso indiscriminado de pesticidas.
- Apoiar e divulgar projetos de conservação, como o da Emater-MG.
- Promover a educação ambiental sobre a importância das abelhas para o equilíbrio dos ecossistemas.
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