A adubação verde, técnica agrícola reconhecida desde o século XIX, está em alta no Brasil como solução para aumentar a fertilidade do solo e reduzir a dependência de insumos químicos. Criada pelos romanos para otimizar plantações, a prática consiste no cultivo de plantas específicas junto às lavouras, melhorando a estrutura do solo e a produtividade. Com o crescimento da agricultura regenerativa, ela se tornou aliada de projetos de restauração ecológica, como os da Associação Ambientalista Copaíba, que atua na Mata Atlântica.
A adubação verde oferece vantagens ambientais e econômicas:
- Fixação de nitrogênio: Leguminosas como crotalária e guandu capturam o nutriente atmosférico, reduzindo a necessidade de fertilizantes sintéticos.
- Proteção contra erosão: A cobertura vegetal evita a desagregação do solo por chuva e vento, preservando nutrientes.
- Descompactação do solo: Raízes profundas de plantas como milheto e girassol melhoram a aeração e a retenção de água.
- Controle de plantas daninhas: A densidade da cobertura reduz a competição por recursos, minimizando herbicidas.
- Aumento da matéria orgânica: A decomposição das plantas enriquece o solo, favorecendo a microbiota benéfica.
Casos de sucesso no Brasil
No Cerrado, a prática é comum em lavouras de soja e milho, onde leguminosas repõem nitrogênio e elevam a produtividade. Já na Mata Atlântica, a Copaíba utiliza guandu e outras espécies para restaurar áreas degradadas. Ana Paula Balderi, Coordenadora de Restauração Ecológica da instituição, destaca:
“A adubação verde é essencial para a restauração ecológica. Ao usar plantas que fixam nitrogênio e melhoram a estrutura do solo, reduzimos a necessidade de insumos químicos e fortalecemos ecossistemas. Isso beneficia agricultores e conserva a biodiversidade”.
Dicas para implementar a técnica
-
Seleção de espécies:
- Leguminosas (crotalária, feijão-de-porco) para fixação de nitrogênio.
- Plantas com raízes profundas (milheto, girassol) para descompactação.
- Guandu: indicado para áreas degradadas, por seu porte arbustivo e capacidade de proteger mudas.
-
Época de plantio:
- Entressafra ou rotação: planeje o cultivo para não competir com as lavouras principais.
- Respeite as estações: adapte o plantio ao clima local.
-
Manejo e incorporação:
- Roçar e deixar na superfície: forma cobertura morta, reduzindo erosão.
- Incorporar ao solo: libera nutrientes e aumenta a matéria orgânica.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Orçamento da Embrapa para 2025 cresce 120%
+ Agro em Campo: SENAR oferece curso gratuito de Boas Práticas Agrícolas