A avicultura mundial enfrenta desafios constantes com diversas doenças virais, e o surto de gripe aviária (Influenza A – subtipo H5N1) nos Estados Unidos serve de alerta. Em janeiro de 2025, produtores americanos perderam mais de 8,3 milhões de aves devido à doença, reforçando a necessidade de um manejo rigoroso para proteger a avicultura, setor em que o Brasil é líder mundial na exportação de carne de frango.
O vírus da gripe aviária, transportado por aves migratórias, pode contaminar plantéis e aves domésticas através de fezes e secreções respiratórias. “A doença é antiga conhecida. Mas as grandes variações climáticas que têm acontecido ao redor do mundo alteram o comportamento e a rota de voo de pássaros selvagens. Eles são os principais portadores do vírus. Como resultado, acontecem os picos e surtos mais exacerbados da gripe. Como o que estamos vendo nos Estados Unidos, por exemplo”, comenta Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves na Zoetis Brasil.
No Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) monitora de perto os casos suspeitos. “Apesar das semelhanças entre os sintomas das doenças respiratórias, a gripe aviária de alta patogenicidade pode levar à morte súbita do animal. Por isso, é fundamental que, ao notar qualquer sinal, o MAPA seja alertado para investigar o caso. E descartar quaisquer possibilidades da gripe aviária no plantel”, alerta Muniz.
Outras ameaças virais
Além da gripe aviária, outras doenças virais representam um risco constante para a avicultura, como bronquite infecciosa, metapneumovirose aviária e doença de Newcastle. “O grande problema é que não há tratamento efetivo para essas doenças virais. Além disso, uma vez que a galinha ou o frango são infectados, a transmissão para as demais aves do plantel ocorre rapidamente. E logo, toda a granja é comprometida”, explica Muniz. “Essas infecções causam prejuízos no desempenho das aves e, consequentemente, geram prejuízos econômicos significativos”.
A prevenção é a chave para proteger os plantéis avícolas. A adesão rigorosa aos cronogramas de vacinação é essencial, juntamente com o reforço dos protocolos de biossegurança. “O monitoramento rigoroso da sanidade das aves, o controle do acesso de pessoas às granjas e a ventilação adequada nos ambientes habitados pelos animais são algumas medidas que contribuem com a diminuição do risco de contaminação”, finaliza o especialista.
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