O preço do chocolate para o consumidor brasileiro deve continuar em alta em 2025, pressionado pela valorização do cacau no mercado internacional e fatores climáticos que afetam a safra 25/26. O Boletim Integrado Agrometeorológico aponta incertezas na produção da África Ocidental, principal região produtora, com chuvas irregulares e preocupações sobre a qualidade das amêndoas, além de restrições nas exportações da Costa do Marfim, que planeja reduzir o volume exportado para 1,3 milhão de toneladas, abaixo da média histórica.
Essa combinação mantém os preços do cacau em níveis elevados, com contratos futuros apresentando forte volatilidade e sustentação no curto prazo. O impacto chega às prateleiras brasileiras, onde o consumidor já sente o reflexo do aumento da matéria-prima.
“As recentes chuvas acima da média em regiões produtoras da Costa do Marfim e Gana trouxeram alívio momentâneo ao mercado, mas o volume acumulado desde o início da safra 24/25 ainda está abaixo da média histórica. A continuidade das precipitações ao longo de junho e julho será determinante para o desempenho da próxima safra principal (25/26)”, comenta Carolina França, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.
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Preço não para de subir
Segundo dados recentes, o preço do cacau subiu mais de 170% em 2024. E o repasse para o chocolate no varejo brasileiro acumulou alta de quase 12%, acima da inflação oficial. Essa valorização fez com que o preço dos chocolates em barra, bombons e ovos de Páscoa registrasse aumentos expressivos, chegando a 18,9% na Páscoa de 2025, o maior reajuste em 13 anos.
Apesar do aumento, o consumo de chocolate no Brasil permanece resiliente. Estudos indicam que os brasileiros continuam comprando chocolates com frequência, mas ajustam o volume e o tipo de produto para equilibrar o orçamento.
Marcas têm investido em embalagens menores, recheios variados e formatos alternativos para atender à demanda por opções mais acessíveis. O consumidor brasileiro, mesmo diante do cenário de alta, mantém a fidelidade ao chocolate. Mas vem optando por compras mais inteligentes, como adquirir mais unidades por visita ao ponto de venda, porém com menor frequência.
O mercado projeta que, após a Páscoa, os preços do chocolate continuarão em trajetória de alta, mas sem provocar uma queda significativa no consumo. O chocolate segue consolidado como um item essencial no cotidiano e nas celebrações dos brasileiros.
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