O Anuário da Cachaça 2025, divulgado em evento do MAPA em Brasília, traz os dados oficiais do setor referentes a 2024. O setor de Cachaça no Brasil mantém ritmo de expansão pelo terceiro ano consecutivo. Em 2024, o país registrou 1.225 novos produtos de Cachaça junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), totalizando 7.223 produtos.
Esse avanço representa um crescimento de 20,4% em relação ao número de registros de 2023. A média nacional é de 5,7 cachaças registradas por estabelecimento, com todas as regiões brasileiras apresentando aumento no número de estabelecimentos regularizados.
O levantamento é resultado da parceria entre MAPA, Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), Instituto Brasileiro de Integração (IBI), Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal, Associação Nacional dos Produtores de Cachaça de Alambique (ANPAQ) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O evento contou com a presença de autoridades do setor, como o Secretário-Executivo do MAPA, Irajá Rezende de Lacerda, e o presidente do IBRAC, Carlos Lima.
Avanço no número de estabelecimentos
O número de estabelecimentos elaboradores de cachaça registrados alcançou 1.266 em 2024, com um incremento de 49 registros em comparação ao ano anterior. Esse é o terceiro ano seguido de crescimento no setor, consolidando a tendência positiva.
Minas Gerais lidera com 501 estabelecimentos registrados, seguido por São Paulo (179), Espírito Santo (81) e Santa Catarina (73). O Ceará se destacou pelo maior crescimento proporcional, subindo de 34 para 47 estabelecimentos, um aumento de 38,2%. Entre as regiões, o Sudeste lidera com mais de 800 cachaçarias, seguido pelo Nordeste (189) e Sul (183).
Volume de produção e exportação
Em 2024, o volume de produção de Cachaça declarado no MAPA ultrapassou 292,459 milhões de litros, um aumento de 29,58% em relação a 2023. O IBRAC ressalta que esses números servem como indicativo, pois a coleta de dados ainda está em processo de aprimoramento devido ao novo sistema informatizado. Pode ter ocorrido subnotificação em 2024, assim como em 2023, e a expectativa é de que os dados se ajustem nos próximos anos.
Apesar do crescimento interno, o volume de exportação de cachaça apresentou queda de 22,7% em relação a 2023, reforçando a necessidade de fortalecer ações e estratégias para promoção internacional da bebida.
Mesmo diante de desafios, como a falta de isonomia tributária no segmento de bebidas alcoólicas, o setor de cachaça mostra resiliência e capacidade de superação. O crescimento no número de estabelecimentos e registros de produtos demonstra o potencial da cachaça como bebida genuinamente brasileira. No entanto, o desempenho nas exportações indica que ainda existem oportunidades para ampliar a presença da cachaça no mercado internacional.
“Apesar do cenário extremamente desafiador que o setor segue enfrentado, os dados do Anuário demonstram a resiliência da cadeia produtiva no enfrentamento das barreiras que impedem seu desenvolvimento. São dados extremamente animadores pelo crescimento tanto no número de estabelecimentos elaboradores quanto de registros de produto. No entanto, estão aquém do potencial de um setor, que representa a bebida genuinamente brasileira. Infelizmente, os dados sobre exportação apresentados no Anuário demonstram redução de 22,7% no volume de cachaça exportada, quando comparada com o ano de 2023. Isso sinaliza a necessidade da continuidade de ações e da estratégia de promoção da Cachaça no mercado internacional”, destaca Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), entidade representativa do setor.
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