A apicultura mineira vive um momento de expansão: em 2024, 1.085 novos apiários foram registrados no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), um aumento de 30% em relação a 2023. Os municípios de Formiga, Bambuí e Itapecerica, na região Oeste, lideram o ranking, com 712 propriedades cadastradas. O avanço reforça Minas Gerais como um dos principais polos produtores de mel do país, com mais de 3.300 apiários dedicados a abelhas com ferrão e 531 voltados a meliponíneos (sem ferrão), distribuídos em 573 cidades.
Vigilância sanitária evita ameaças como o “pequeno besouro das colmeias”
O IMA, responsável pelo Programa Nacional de Sanidade Apícola (PNSAp), atua no cadastramento, fiscalização e inspeção de produtos apícolas para conter riscos sanitários. Em 2019, a praga Aethina tumida (pequeno besouro das colmeias) foi detectada em Juiz de Fora, ameaçando destruir favos e contaminar mel. “A rápida interdição do apiário e orientações técnicas evitaram a disseminação da praga no estado”, explica Eduardo Lage, coordenador do PNSAp em Minas.
A vigilância inclui:
- Monitoramento constante de doenças de notificação obrigatória;
- Interdição imediata de apiários com suspeitas de contaminação;
- Orientações técnicas sobre manejo e boas práticas apícolas.
“Sem esse controle, pragas poderiam devastar a produção e afetar o mercado”, reforça Lage.
A partir de maio, produtores de abelhas devem atualizar informações de seus rebanhos no sistema do IMA, conforme a Portaria nº 2227/2023. A medida visa garantir rastreabilidade e controle sanitário, exigindo também a Guia de Trânsito Animal (GTA) para transporte de colmeias.
“A GTA permite rastrear o deslocamento de abelhas e intervir rapidamente em surtos de doenças”, destaca Eduardo. A falta do documento pode resultar em multas e restrições comerciais.
Desafios e perspectivas para o setor
Apesar do crescimento, a apicultura mineira enfrenta desafios:
- Fortalecimento de colmeias: Abelhas com baixo comportamento higiênico são mais vulneráveis a pragas;
- Capacitação técnica: Produtores precisam adotar manejos preventivos;
- Expansão sustentável: A região Norte, com 454 apiários registrados em Montes Claros, busca ampliar produção sem comprometer a sanidade.
Dados estratégicos:
- Região Oeste: 712 apiários (Formiga, Bambuí e Itapecerica no topo);
- Norte de Minas: 454 propriedades atendidas pela unidade do IMA em Montes Claros;
- Vale do Rio Doce: Mais de 300 apiários na jurisdição de Guanhães.
Com a demanda global por mel em crescimento, Minas Gerais projeta ampliar exportações, desde que mantenha o rigor sanitário. “A apicultura é uma atividade econômica vital. Investir em saúde animal é garantir futuro para o setor”, conclui Lage.
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