A produção de maçã no Sul de Minas Gerais deve registrar um crescimento expressivo em 2025. Segundo estimativas de produtores e técnicos, a área plantada, atualmente de 7,2 hectares, deve saltar para 10,2 hectares no segundo semestre. Ou seja, um aumento de quase 42%. O avanço é impulsionado pelo bom desempenho da fruta na região e pelo interesse crescente dos agricultores locais.
O crescimento se deve, principalmente, à aquisição conjunta de 2 mil mudas de maçã por um grupo de 20 produtores dos municípios de Arceburgo, Areado, Alfenas, Botelhos, Bom Jesus da Penha, Carvalhópolis, Cássia, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Machado, Monte Santo de Minas, Paraguaçu, Poço Fundo e São Pedro da União. As mudas, provenientes de viveiros do Sul do país, chegam em julho e têm previsão de início de produção em dois anos.
Com a nova área de três hectares, a expectativa é alcançar uma produção de até 60 toneladas de maçã por ano, quando as árvores estiverem em pleno desenvolvimento. O projeto visa abastecer o mercado regional com frutas frescas, reduzindo a dependência de maçãs vindas de outros estados.
Expansão
A introdução da cultura de maçã no Sul de Minas é recente. Mas ganhou força a partir de 2022, quando a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) implantou unidades demonstrativas em propriedades da região. Os resultados positivos animaram os produtores, que viram na fruta uma alternativa de renda e diversificação agrícola. Especialmente em áreas onde o café não é viável devido às geadas.
Nas primeiras colheitas das unidades demonstrativas, mesmo com plantas ainda jovens, os produtores colheram 30 toneladas de maçã. As variedades Eva e Princesa, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), mostraram boa adaptação ao clima local — com inverno menos rigoroso do que o das tradicionais regiões produtoras do Sul do Brasil — e, por isso, foram escolhidas para o cultivo.
Além do mercado consumidor regional, os produtores miram o fornecimento para programas institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que tem alta demanda pela fruta. “É uma boa oportunidade para os produtores de Minas conquistarem este mercado. Mercado que ainda depende da maçã vinda de outros estados”, destaca Deny Sanábio, coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG.
Outro diferencial da cultura é o período de produção, que ocorre fora da safra do café. Portanto, possibilitando melhor distribuição da renda ao longo do ano. “A maçã é uma alternativa para diversificação, inclusive em áreas onde não se planta café. Mas é uma cultura técnica, que exige atenção especial com podas e tratos culturais”, explica Geraldo José Rodrigues, técnico da Emater-MG em Guaranésia.
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