Após enfrentar desafios climáticos na safra anterior, os produtores de arroz no Rio Grande do Sul estão otimistas com as projeções de crescimento. Isso tanto para a área plantada quanto para a produtividade. Na última safra, a área total semeada no estado foi de 970.194 hectares, representando um aumento de 7,8% em relação à safra anterior.
A preparação do solo é uma etapa crucial que começa meses antes da semeadura. Em junho e julho, os produtores realizam a incorporação da palha remanescente da safra anterior. Nivelamento do terreno e outras práticas essenciais para garantir um bom desenvolvimento da cultura. “O arroz tem uma janela de plantio entre meados de setembro e outubro, mas todo o preparo de solo começa bem antes. Esse processo é fundamental para garantir uma lavoura produtiva e de qualidade”, explica Dauto Carpes, engenheiro agrônomo e especialista de marketing de produto e mercado da FertiSystem.
As condições climáticas atuais têm sido favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Com temperaturas mais elevadas e tempo seco proporcionando maior radiação solar, portanto, essencial para o crescimento saudável das plantas. “As previsões indicam que teremos uma boa safra, desde que o clima continue colaborando assim”, afirma Carpes.
Novas tecnologias e cultivares
A introdução de novas cultivares, como a BRS A709, desenvolvida pela Embrapa para regiões irrigadas por inundação, tem contribuído para o incremento da produtividade no RS. Além disso, a utilização de tecnologias avançadas e práticas de manejo eficientes são estratégias-chave para garantir bons resultados. “Estamos vendo um avanço significativo na adoção de semeadoras com acionamento elétrico e sistemas de dosagem de precisão”, destaca o engenheiro agrônomo.
Entretanto, apesar do incremento de área de plantio com arroz em RS, em algumas regiões há redução devido ao aumento do cultivo de soja e milho nessas terras que antes eram tradicionalmente utilizadas para a cultura irrigada. Nas áreas do extremo sul, produtores estão aderindo ao plantio dos grãos em sistemas de camaleão. Uma prática que melhora a fertilidade do solo e amplia as opções de rotação de culturas.
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