Nesta terça-feira (22), equipes de busca localizaram os restos mortais do caseiro Jorge Ávalo, de 52 anos, após um ataque de onça-pintada em uma propriedade rural no Pantanal. O felino, que ainda agrediu as equipes de busca, reacendeu um antigo alerta sobre os riscos da ceva – prática de alimentar onças para aproximação, comum em algumas regiões turísticas.
Jorge Ávalo trabalhava como caseiro em uma fazenda quando foi surpreendido pela onça. Nas redes sociais, especulações surgiram sugerindo que a vítima praticava a ceva para atrair turistas, mas não há provas dessa alegação. Amigos e familiares negam veementemente a informação.
O que é a ceva e por que é perigosa?
A ceva consiste em alimentar onças com pedaços de carne para condicioná-las à presença humana, facilitando fotos e avistamentos. A prática, comum em pousadas e excursões turísticas, é ilegal e considerada crime ambiental.
Há cinco anos, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) já alertava sobre os riscos da ceva. Ao associar humanos a alimento, as onças perdem o medo natural e podem se tornar agressivas, aumentando o risco de ataques. O animal pode atacar não só quem o alimenta, mas qualquer pessoa nas redondezas.
Apesar das proibições, a ceva ainda ocorre em áreas remotas, onde fiscais têm dificuldade de atuar. A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) proíbe a ceva. Penalidades incluem multas e prisão para infratores.
Como evitar tragédias?
Órgãos ambientais reforçam a necessidade de:
- Denunciar locais que promovam interação com onças.
- Manter distância segura de animais silvestres.
Enquanto a investigação do ataque segue, o caso serve como alerta para os perigos da interferência humana na vida selvagem. A onça envolvida foi capturada e, segundo protocolos, não será sacrificada. Ela estava em condições de saúde precárias, e deve passar o resto da vida em cativeiro, sendo tratada.
Leia mais:
+ Agro em Campo: Vaca dá à luz trigêmeos em caso raro na pecuária
+ Agro em Campo: Antracnose do milho: estudo revela origem do fungo