Lançada em 2024 pela Fundação CERTI, por meio do Instituto CERTI Amazônia, a plataforma Bioconex está revolucionando a comercialização de produtos da bioeconomia na Amazônia. Este marketplace inovador conecta comunidades ribeirinhas diretamente com indústrias e consumidores em todo o Brasil, beneficiando cerca de 4.200 famílias envolvidas em atividades como coleta, beneficiamento e comercialização de produtos nativos da floresta.
A Bioconex já promoveu a comercialização de produtos como açaí, castanha, cariru (hortaliça rica em nutrientes) e babaçu (utilizado nas indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia). Atualmente, o marketplace trabalha com 33 cadeias produtivas e oferece uma média de 10 subprodutos por cadeia, disponíveis em diferentes formas, como pó, óleo, farinha e in natura.
Nos últimos seis meses, o volume de produtos anunciados na plataforma aumentou em média 20% ao mês. Mais de três toneladas de produtos foram cadastradas no período, com destaque para açaí e castanha. “Ao ampliar a visibilidade de iniciativas que priorizam a floresta em pé, contribuímos para o crescimento do mercado da bioeconomia e o aumento da renda das comunidades amazônicas”, destacou Marco Giagio, Diretor Geral do Instituto CERTI Amazônia.
Tecnologia e rastreabilidade
A Bioconex também oferece ferramentas tecnológicas avançadas para facilitar as transações comerciais. Entre elas estão:
- Vem de Onde: garante a rastreabilidade dos produtos comercializados.
- BI da Floresta: armazena dados estratégicos para suporte à gestão de negócios.
Essas soluções permitem que empresas negociem diretamente com os produtores, identifiquem fornecedores e planejem a logística necessária para concretizar os negócios. “Buscamos contribuir para decisões estratégicas que envolvem não apenas preço, mas também custos logísticos e prazos de pagamento”, explicou Giagio.
Exemplos de sucesso
A cooperativa Amazônia Cooperar é uma das organizações que utiliza o Bioconex. Com mais de 50 comunidades ribeirinhas envolvidas, a cooperativa comercializa produtos como cacau, castanha e tucumã em diferentes formas: farinha, óleos e cremes. “O Bioconex amplia a visibilidade dos nossos produtos e é fácil de usar. Além disso, conta com suporte técnico especializado em bioeconomia”, afirmou Maria Carolina Farias, representante da cooperativa.
Outra empresa que utiliza a plataforma é a Arvo – Produtos da Amazônia, localizada em Rio Branco (AC). A empresa cadastra produtos elaborados a partir do jatobá, como chás e temperos. “O Bioconex enfatiza a importância da preservação ambiental e nos ajuda a conectar nossos produtos tradicionais com novos mercados”, destacou Francisco Rodrigues Antropobos, sócio-diretor da Arvo.
A expectativa é que até o final de 2025 o Bioconex atinja 100 organizações cadastradas, beneficiando cerca de 7 mil famílias na região amazônica. A plataforma reforça o papel estratégico da bioeconomia na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável das comunidades locais.
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