Em 2024, o bioma Pampa registrou a menor área queimada dos últimos seis anos, totalizando apenas 3,4 mil hectares. Essa redução significativa reflete uma diminuição de cerca de 57% em relação ao ano anterior.
No mesmo período, a Caatinga também apresentou uma queda expressiva, com 330 mil hectares queimados, representando uma diminuição de 47% em comparação a 2023. A maior parte das queimadas no Pampa (81,8%) ocorreu em formações savânicas.
Eduardo Vélez, da equipe do Pampa do MapBiomas, destaca que a baixa proporção de área queimada é uma característica habitual desse bioma. “Normalmente a proporção de área queimada no Pampa é baixa. Em 2024 foi o menor valor na série monitorada desde 2019. Esse padrão está associado aos fortes efeitos do fenômeno El Niño, que no sul do Brasil se manifesta de modo inverso”, destacou o pesquisador.
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Ou seja, o fenômeno El Niño teve um papel crucial nesse cenário, trazendo chuvas intensas no primeiro semestre de 2024 e resultando em enchentes notáveis em maio. Portanto, essas condições climáticas atípicas contribuíram para a redução das queimadas.
Entretanto, as condições favoráveis ao acúmulo de biomassa vegetal durante 2024 podem aumentar o risco de incêndios em 2025, especialmente com a possível confirmação do fenômeno La Niña. Este fenômeno é conhecido por provocar períodos de seca, o que facilita a propagação do fogo.
Monitor do Fogo
Além disso, o Monitor do Fogo do MapBiomas revelou que, apesar da redução nas queimadas no Pampa e na Caatinga, o Brasil enfrentou um aumento alarmante na área total queimada. Em 2024, mais de 30 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo em todo o país, um aumento de 79% em relação ao ano anterior. A Amazônia foi a região mais afetada, com mais da metade das áreas queimadas concentradas em formações florestais nativas.