O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar R$ 1 bilhão para a construção de uma unidade de etanol de segunda geração (E2G) pela Raízen Energia. A empresa realizará o projeto em Andradina, no interior de São Paulo, com capacidade anual de 82 milhões de litros do biocombustível.
Os recursos serão divididos entre o programa BNDES Mais Inovação (R$ 500 milhões) e o Fundo Clima (R$ 500 milhões). A planta é uma das seis previstas no Brasil para viabilizar economicamente o E2G até 2028. Em resumo, esse etanol, classificado como biocombustível avançado, tem aplicações em combustíveis sustentáveis para aviação (SAF), hidrogênio verde e combustível marítimo.
A construção deve gerar 1.500 empregos diretos, enquanto a operação deve empregar 200 pessoas. O investimento total do projeto é estimado em R$ 1,4 bilhão.
Tecnologia inovadora na produção de E2G
O E2G utiliza um método diferente do tradicional, que fermenta o caldo da cana com leveduras. Ou seja, a nova técnica usa enzimas para extrair açúcares da celulose do bagaço da cana e fermentá-los posteriormente.
Embora incipiente, a produção de E2G representa menos de 1% do etanol fabricado no Brasil atualmente. Portanto, com o financiamento do BNDES, a capacidade nacional pode chegar a 440 milhões de litros anuais. Para efeito de comparação, o etanol de primeira geração produziu 34,2 bilhões de litros em 2024.
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Avanços tecnológicos e impacto econômico
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o impacto do projeto na economia e na descarbonização. “Essa iniciativa reforça a fronteira tecnológica brasileira, atrai investimentos e apoia a produção de biocombustíveis por meio de instrumentos como o Fundo Clima e o Mais Inovação”, afirmou.
Segundo José Luís Gordon, diretor do BNDES, o projeto está alinhado com a transição energética e a inovação tecnológica da nova política industrial. “A ampliação do E2G fortalece o Brasil como potencial líder na produção de biocombustíveis. Apenas para SAF e combustível marítimo, a demanda projetada é de R$ 167 bilhões em investimentos”, explicou.
Sobre a Raízen
A Raízen surgiu em 2011 como resultado de uma joint venture entre Cosan e Shell. A empresa atua em cultivo de cana-de-açúcar, produção de açúcar e etanol, cogeração de energia e distribuição de combustíveis. Hoje, emprega mais de 45 mil colaboradores.