O Brasil fortaleceu sua presença no mercado de café especial do Oriente Médio. Em geral, os empresários do setor fecharam US$ 48,6 milhões em negócios durante a World of Coffee Dubai 2025 e projetam mais US$ 143,1 milhões até 2026. Além disso, o volume total pode chegar a US$ 191,7 milhões.
Em 2024, os países da região importaram 3,26 milhões de sacas de 60 kg do grão brasileiro, gerando receita de US$ 820 milhões. Ou seja, os números representam um aumento de 22% em volume e 47,4% em receita na comparação com 2023.
Expansão no mercado internacional
A participação brasileira na World of Coffee Dubai tem sido estratégica para ampliar os negócios com importadores do Oriente Médio, Europa e Ásia. Em 2025, o projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), levou 23 empresas ao evento. Juntas, elas realizaram 665 contatos comerciais, sendo 444 novos.
Na edição anterior, os brasileiros fecharam US$ 58 milhões em transações comerciais. Portanto, o volume projetado para este ano representa um crescimento de 230,2% nas negociações de cafés especiais com compradores da região.
Crescimento do consumo no mundo árabe
O diretor executivo da BSCA, Vinicius Estrela, destaca que o consumo de café especial tem crescido no Oriente Médio desde 2020, quando a entidade participou da primeira edição do evento em Dubai. “Os árabes estão cada vez mais interessados nos grãos brasileiros. Manter nossa presença na feira é essencial para consolidar essa relação”, afirma.
Além disso, segundo Estrela, a expansão das cafeterias e os investimentos de empresas e governos na cultura do café especial têm fortalecido a posição do Oriente Médio como um dos principais polos do setor. “Dubai se tornou um hub global, com multinacionais adquirindo o café brasileiro para reexportação”, analisa.
Destaque brasileiro na feira
O estande brasileiro na World of Coffee Dubai 2025 incluiu exposição de grãos, oito sessões de cupping com cafés de diferentes regiões do Brasil e um “brew e espresso bar”. Ao mesmo tempo, a iniciativa “Destaques BSCA” apresentou lotes certificados com rastreabilidade e pontuação superior a 88 na escala de qualidade.
Em resumo, a feira reuniu mais de 13,5 mil visitantes, 1.650 marcas e 320 expositores de 50 países. A próxima edição está marcada para 18 a 20 de janeiro de 2026.
Promoção do café especial brasileiro
O projeto “Brazil. The Coffee Nation” promove os cafés especiais do Brasil no mercado global. A iniciativa, vigente até agosto de 2025, tem como foco a qualificação e diversificação do setor. Entre as prioridades estão o apoio a produtores de café canéfora (robusta e conilon), certificações de qualidade e sustentabilidade e incentivo à participação feminina na cafeicultura.
Os mercados-alvo incluem África do Sul, Austrália, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, França, Japão, Malásia, Polônia, Rússia e Taiwan para cafés crus especiais. Já os produtos industrializados têm como destino o Canadá, Chile, China e Estados Unidos.
Sobre a ApexBrasil
A ApexBrasil promove produtos e serviços brasileiros no exterior e atrai investimentos estrangeiros para setores estratégicos da economia nacional. A agência organiza missões comerciais, rodadas de negócios e participa de grandes feiras internacionais para fortalecer a presença do Brasil no mercado global.
Sobre a BSCA
Criada em 1991, a BSCA busca elevar os padrões de excelência dos cafés especiais brasileiros por meio de certificações e controle de qualidade. A entidade é a única no Brasil que certifica lotes rastreáveis, garantindo transparência ao consumidor. Portanto, reconhecida internacionalmente, a BSCA promove o café brasileiro e seus produtores nos principais mercados do mundo.