O agronegócio brasileiro iniciou 2025 com um salto estratégico: US$ 11 bilhões em exportações em janeiro, segundo maior valor já registrado para o período, e a abertura de 24 novos mercados internacionais. A alta foi impulsionada pela valorização de commodities como café, celulose e algodão, que compensaram a queda nas vendas de soja e milho, segundo dados divulgados pelo Ministério da Agricultura (Mapa).
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O índice geral de preços das exportações subiu 5,3% em janeiro, reflexo da demanda internacional por produtos-chave:
- Café verde: Receita de US$ 1,3 bilhão (+79,4%), com preços 63,8% maiores.
- Celulose: Vendas ultrapassaram US$ 1 bilhão (+44,1%), com destaque para China (+53,3%) e UE (+60,2%).
- Algodão: Alta de 47,5% (US$ 710,7 milhões), sustentado por safra recorde e demanda do Paquistão e Vietnã.
Seis setores superaram a marca de US$ 1 bilhão em exportações, incluindo carnes (18,9% do total) e complexo sucroalcooleiro (10%).
Países emergentes ganham destaque
A política de expansão do Mapa, liderada pelo ministro Carlos Fávaro, ampliou a presença brasileira em mercados emergentes:
- Paquistão: +166,3% nas importações.
- Bangladesh: +85,1% (país recebeu um dos 11 novos postos de adidância do Brasil).
- Turquia: +122,7%.
Parceiros tradicionais também cresceram: a União Europeia aumentou compras em 39,5% (US$ 1,89 bilhão), enquanto a China manteve relevância com alta de 53,3% em celulose.
Frutas e produtos não convencionais: o novo foco
Enquanto commodities tradicionais lideram, nichos como frutas tropicais e produtos não convencionais ganham espaço:
- Exportações de gergelim para a Índia cresceram 250,6%.
- Óleo essencial de laranja teve alta de 19,5%, com a UE superando os EUA como maior comprador.
- Frutas brasileiras foram vendidas para 137 países, somando US$ 1,3 bilhão em 2024.
A expectativa é que a abertura do mercado chinês para gergelim e a participação do Brasil na maior feira de frutas do mundo (Berlim) ampliem oportunidades.
Visitas presidenciais e ferramentas de apoio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará Japão e Vietnã em fevereiro para reforçar acordos comerciais, com foco em proteína animal e frutas. Paralelamente, plataformas como AgroInsights e Passaporte Agro, lançadas pelo Mapa, ajudam produtores a identificar demandas globais.
“Estamos qualificando nossa inserção internacional, diversificando produtos e destinos para gerar emprego e renda no interior”, afirma Luís Rua, secretário de Comércio do Mapa.
Perspectivas para 2025: Com a valorização de commodities, investimento em nichos e abertura de mercados, o Brasil consolida-se como peça central no tabuleiro global do agronegócio. A próxima parada: consolidar as frutas brasileiras como símbolo de qualidade e sustentabilidade.
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