O empresário Wesley Batista, conselheiro da JBS e acionista do grupo J&F, afirmou nesta terça-feira, durante o fórum VEJA Brazil Insights em Nova York, que o Brasil “merece discutir crescimento a 5% ao ano”. Batista destacou o otimismo com o país apesar do cenário internacional desafiador e ressaltou avanços recentes, como a redução do desemprego e as reformas econômicas. “Quando você olha os números, por exemplo, o de desemprego, nós não estamos mal. Balança, nós não estamos mal. Reformas, eu acho que o Brasil tem avançado”, afirmou.
Durante o painel “Presença Global das Companhias Brasileiras”, o empresário apontou que o maior desafio para o Brasil é a elevada taxa de juros real, que gera um déficit nominal significativo. “Nós temos, sem dúvida nenhuma e nós fazemos parte disso, uma taxa de juro real gigantesca no Brasil, gerando um déficit nominal gigantesco. Eu acho que esse é um desafio que o país enfrenta”, alertou. Apesar disso, ele avaliou positivamente o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), que deve crescer entre 2,5% e 3%, mas defendeu que o país tem potencial para crescer entre 4% e 5%.
Brasil x Estados Unidos
Wesley Batista traçou um paralelo entre o Brasil e os Estados Unidos, destacando a vocação empreendedora e trabalhadora dos brasileiros. “É um país de gente trabalhadora, é um país de gente empreendedora, é um país que faz as coisas acontecerem”, disse, ressaltando a resiliência e a capacidade dos brasileiros de prosperar mesmo em ambientes de negócios complexos.
O conselheiro da JBS também ressaltou o potencial do agronegócio e a transformação econômica que ocorre no interior do país. “É impressionante a transformação que o Brasil está fazendo no interior do país afora. A riqueza que está sendo gerada no interior do país e a interiorização do Brasil, eu acho que está muito mais pungente do que o pessoal de São Paulo, do Rio, de Brasília está conseguindo enxergar”, destacou.
Ao concluir sua participação, Batista fez um apelo para que o Brasil valorize sua imagem e simplifique o ambiente de negócios, apontando que isso é fundamental para gerar riqueza, produtividade e empregos. “Nós temos que falar bem do Brasil. Porque é um negócio inacreditável como nós mesmos nos depreciamos. É um autoflagelamento em praça pública”, criticou. Segundo ele, “O Brasil tem que simplificar a forma de empreender. Porque aí você gera riqueza, você gera produtividade, você tem ganho de produtividade, você gera emprego e assim vai”.
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