O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta segunda-feira (19) que o Brasil precisa passar por um período de 28 dias sem registrar novos casos de gripe aviária para ser oficialmente declarado livre do vírus H5N1. Esse prazo corresponde ao ciclo do vírus . Ao ser cumprido, permitirá ao país retomar as exportações de carne de frango para mercados que suspenderam suas importações após o primeiro caso confirmado no Brasil.
As autoridades registraram oficialmente o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial brasileira em Montenegro, no Rio Grande do Sul, com divulgação em 15 de maio de 2025. Em resposta, países como China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente a compra de frango brasileiro, impactando diretamente a cadeia produtiva nacional.
O ministro destacou que, mesmo após o prazo de 28 dias, a reabertura dos mercados pode ser gradual. Com alguns países restringindo inicialmente as importações apenas ao estado do Rio Grande do Sul ou à área afetada em Montenegro. A expectativa é que, com o tempo, as restrições sejam totalmente suspensas.
Investigação de novos casos suspeitos
Além do caso confirmado em Montenegro, o Ministério da Agricultura está investigando outros dois casos suspeitos em granjas comerciais localizadas em Ipumirim (SC) e Aguiarnópolis (TO). Também há investigações em andamento sobre quatro casos suspeitos em produções familiares nos estados do Rio Grande do Sul, Sergipe, Ceará e Mato Grosso.
O Ministério da Agricultura reforça que não há risco para o consumo humano da carne de frango ou ovos provenientes de aves inspecionadas. O consumo desses produtos não transmite o vírus H5N1, já que o cozimento adequado elimina o patógeno. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil confirmam que o risco de infecção em humanos é baixo. E ocorre principalmente por contato direto com aves doentes ou ambientes contaminados.
“O risco não está no consumo. Mas na contaminação sanitária dos plantéis comerciais nos países importadores, caso carcaças contaminadas entrem em contato com aves vivas,” explicou o ministro Carlos Fávaro.
O governo brasileiro está realizando um rigoroso bloqueio sanitário e rastreamento de toda a produção oriunda da granja afetada em Montenegro. A inutilização das aves e produtos contaminados é fundamental para reduzir o risco de novos surtos.
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